21 nov, 2018 - 14:40
O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decidiu manter em prisão preventiva os primeiros 38 suspeitos detidos na investigação ao ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, segundo avança a Lusa.
No despacho a que a agência teve acesso, o juiz Carlos Delca revela que o Sporting foi constituído assistente do processo e que os motivos para a aplicação da medida de coação mais gravosa se mantêm.
"Resultam inalterados os pressupostos de facto e de direito que determinaram a sujeição dos arguidos a prisão preventiva, pelo que não é necessário proceder à audição dos mesmos", lê-se no documento.
O Ministério Pública imputa a estes arguidos, que terão participado diretamente no ataque, a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
Os factos remontam a 15 de março, quando 40 adeptos encapuzados, alegadamente afetos ao Sporting, invadiram o centro de treinos do clube e agrediram jogadores e equipa técnica.
Além dos 38 suspeitos em prisão preventiva, são arguidos no processo Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, Mustafá, líder da claque Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos.
Bruno de Carvalho está acusado de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro e um de detenção de arma proibida, o que perfaz um total de 98, assim como crimes que são classificados como terrorismo, embora não quantificados.
Os mesmos crimes são imputados a Mustafá e a Bruno Jacinto. Mustafá está ainda acusado de um crime de tráfico de droga.
Ao contrário de Bruno de Carvalho e Mustafá, que estão em liberdade com termo de identidade e residência, Jacinto está em prisão preventiva desde 9 de outubro.