Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Bispo de Viana lamenta campanha com temas “pela rama” e excluindo eutanásia

24 jan, 2022 - 17:38 • Maria João Costa

Questões como a eutanásia e o abordo deveriam ter sido abordados na campanha eleitoral. O repto foi lançado por D. João Lavrador, bispo de Viana do Castelo, que critica a forma como a Educação foi deixada de fora da campanha.

A+ / A-

Na última semana de campanha, é tempo de balanços e o bispo de Viana do Castelo enumera temas que até à data não viu discutidos. D. João Lavrador lamenta que temáticas “cruciais que dividem a sociedade”, como a eutanásia e o aborto, estejam fora dos temas de campanha para as legislativas de 30 de janeiro.

Nesta segunda-feira, em que se celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, à margem de um encontro no Santuário do Cristo Rei, em Almada, a propósito da mensagem do Papa para este dia, o também presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais foi questionado pela Renascença sobre a campanha.

D. João Lavrador aponta a eutanásia como um grande ausente do debate político dos que querem governar. “São problemas cruciais que dividem a sociedade e que são problemas de consciências. Refiro-me à eutanásia, ninguém falou desta questão”.

O bispo de Viana do Castelo vai mais longe e acusa os candidatos a governantes de “depois, à socapa, daqui a uns dias” serem capazes de trazer o tema “para a ribalta”. Na sua opinião, estes “são problemas civilizacionais e um problema de cultura” e “ninguém os abordou. Ninguém disse se está comprometido, seja por onde for”.

À eutanásia, o bispo acrescenta também outros temas como “o aborto ou a violação dos direitos humanos. Pouco se falou da violência doméstica e é um flagelo que está aí”, refere D. João Lavrador.

Neste dia em que a mensagem do Papa Francisco para a comunicação social se centra no verbo “escutar”, o bispo de Viana lembra que é “preciso escutar a sociedade e a sociedade queria estes problemas resolvidos”.

Nesta última semana de campanha para as legislativas, o bispo de Viana do Castelo estende as suas críticas a outras temáticas que considera que não foram ouvidas no debate político – ou, se estiveram na atualidade, foram tratadas “pela rama”.

“Foi com muita pena que não vi aqueles que são candidatos a estarem amanhã à frente das nossas instituições públicas, como é o Governo, a Assembleia e outras instâncias a debater os problemas mais cruciais da nossa sociedade. Enumero alguns: o problema das famílias, da natalidade, das desigualdades sociais no que elas têm de mais profundo. Passou tudo pela rama. Ninguém tocou o problema da educação e ele é crucial para um progresso e bem-estar. Está na base de tudo”, sublinhou o responsável.

Estas foram declarações à margem do encontro promovido pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e pelo Gabinete de Comunicação Social da Diocese de Setúbal e que contou também com a presença do bispo de Setúbal, D. José Ornelas, na Reitoria do Santuário de Cristo Rei, em Almada.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Luiz Graça
    25 jan, 2022 GANDRA PTL 09:02
    Lamentável e injusto. O CDS e o seu Presidente bateram insistentemente nos temas, tal cassete. Os políticos cristãos e os católicos merecem o apoio da hierarquia que, pelo contrário, reiteradamente, os ignora. Não sei como poderá ser reparado o mal causado!

Destaques V+