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Lançamento do livro "Memórias Minhas"

Manuel Alegre alerta para "desconstrução da democracia" e "esquecimento"

15 abr, 2024 - 18:58 • Tomás Anjinho Chagas

Poeta e político lançou esta segunda-feira o livro de memórias numa Gulbenkian recheada das maiores figuras da política portuguesa. Alegre avisa que atravessamos "tempo difícil para a democracia". Marcelo condecora o autor com Grã-Cruz da Ordem de Camões.

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Manuel Alegre afirma que "estamos em desconstrução da democracia" e alerta para o "tempo difícil" em que prevalece o "esquecimento" antes da história. As palavras do poeta e histórico socialista foram proferidas durante a apresentação do seu livro, esta segunda-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Alegre lançou o livro “Memórias Minhas”, onde o poeta e político conta várias histórias do seu percurso pessoal e profissional, que passam, inclusive, pela transição entre o Estado Novo e a democracia. O ano do lançamento do livro coincide, propositadamente, com a celebração dos 50 anos do 25 de abril.

Depois dos agradecimentos, Manuel Alegre garantiu que este livro não serve "para se justificar", nem constitui um "testamento", mas antes para contar as histórias de "várias vidas numa vida". O poeta recordou os tempos de ditadura, do qual foi resistência, para lembrar os episódios de tentativa de rebelião.

"Há sempre uma boa desculpa para ficar parado. Sem ousadia não há revolução", sentenciou o socialista, que acredita que "faria o mesmo" se tivesse a oportunidade de recuar no tempo.

Na cerimónia marcou presença todo o estado-maior socialista: Pedro Nuno Santos, líder do PS, Carlos César, presidente do partido, António Costa, ex-primeiro-ministro, Ana Catarina Mendes, ex-ministra, Paulo Pedroso, ex-dirigente socialista, Marcos Perestrello, vice-presidente da Assembleia da República e muitos outros.

Mas não só do universo socialista se compunha a plateia: Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República e Ramalho Eanes, ex-presidente da República e Francisco Pinto Balsemão, ex-primeiro ministro, sentaram-se na primeira fila do auditório para assistir ao lançamento do livro.

Marcelo condecora Alegre

No final da cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu Manuel Alegre como "um homem de coragem ilimitada" e condecorou o poeta com a Grã Cruz da Ordem de Camões.

Logo de seguida, Manuel Alegre respondeu de viva voz, dizendo que o presidente da República consegue "sempre surpreender" e referiu-se a esta condecoração como aquela que "mais lhe toca".

Durante a cerimónia, discursaram Isabel Soares, filha de Mário Soares, elogiou as capacidades literárias de Manuel Alegre e contou várias histórias do seu pai com o ex-dirigente socialista.

Jaime Gama, ex-presidente da Assembleia da República refere-se a Manuel Alegre como “um homem da história de Portugal, que nunca cedeu à anti-história de Portugal”.

Num momento de descontração, Jaime Gama classificou-o como “um conservador inteligente”, num momento que soltou um riso coletivo da plateia. Para justificar, o ex-presidente da Assembleia da República dá o exemplo das posições que o poeta manifesta em relação “à caça ou às mulheres”.

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  • raul Silva
    16 abr, 2024 Agualva-Cacém 19:24
    Um fugitivo ao cumprimento do Serviço Militar Obrigatório condecorou um desertor do Exército Português. Ao que chegou este país.
  • maria
    16 abr, 2024 lixa 14:28
    Se os polticos falassem verdade e tudo fizessem para o bem do país e do povo, não haveria "crise".
  • ze
    15 abr, 2024 aldeia 19:20
    Se a democracia está em perigo....os culpados certamente não serão o povo que trabalha e sufoca em impostos, taxas e tachinhas,serão certamente as classes politicas que tem estado no poder há 50 anos,a corrupção, os compadrios, as negociatas e os grandes negócios que têm prejudicado o país,Antes Portugal tinha o escudo como moeda,depois de entrarmos na CEE, e mais tarde na UE, começou a entrar muitos milhares de milhões de euros,que deveriam servir para que Portugal se desenvolvesse e se aproximasse dos paises mais desenvolvidos,mas o que se ouviu e ainda se ouve é a corrupção,o enriquecimento rápido e ilicito, a justiça que não tem meios para funcionar célere,etc....O povo,esse....ao fim de 50 anos,continua a viver mal e cada vez com mais dificuldades ,continuam as mesmas "palavras de ordem" da "revolução de Abril....trabalho, saúde,habitação,etc....será que no livro vem tudo isto explicado? ou a culpa é sempre dos outros?

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