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Jogos Olímpicos

"Senti-me transportado para a história da espécie humana": Vicente Moura e a "honra" de empunhar a tocha olímpica

26 abr, 2024 - 11:20 • João Fonseca

No dia em que a chama olímpica galga as fronteiras da Grécia e é entregue a uma delegação do Comité Organizador de Paris 2024, Bola Branca conversou com o antigo atleta e ex-presidente do COP.

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As estradas de Turim, em 2006, viram um homem de cabelos brancos a empunhar a tocha olímpica. Na altura, o antigo atleta José Vicente Moura era o presidente do Comité Olímpico de Portugal e em perspetiva estavam os Jogos Olímpicos de Inverno naquela cidade italiana. Esta sexta-feira, no dia em que a chama olímpica galga as fronteiras da Grécia e é entregue a uma delegação do Comité Organizador de Paris 2024, Bola Branca conversou com ele.

“Corri 300 metros, recebi a chama olímpica de um atleta e depois transportei-a e entreguei-a a outro”, puxa a fita atrás, este senhor com 83 anos. “Nas bermas da estrada estavam centenas de pessoas, devem ter visto um homem entusiasmado, empolgado e com um espírito de missão e honrado por aquele momento. Foi um dos grandes momentos que eu vivi.”

E continua, recordando uma episódio que viveu com 68 anos: “Eu tinha receio de, a certa altura, as minha aptidões físicas falharem porque eu ia a correr, embora devagar evidentemente, mas encantado. Senti-me, nesses 300 metros, transportado para a história, a grande história, da espécie humana”.

O então dirigente iniciou a primeira das 64 etapas na Via Laurentina, no centro de Roma, a capital italiana. Foi o ponto de partida numa viagem por todas as regiões italianas, num total de 11.300 quilómetros, dividida em 10 mil percursos com cerca de 300 metros, um deles levados a cabo pelo português.

À Renascença, Vicente Moura admite que chegou a imaginar com a organização de uns Jogos Olímpicos no nosso país. “Eu sonhei com isso, é uma questão de dinheiro. O dinheirinho resolve tudo, se há ou não há é outro problema”, reflete o presidente do COP entre 1990-1993 e 1997-2013.

“Se houver dinheiro, isso é possível. Onde não temos solução é nas medalhas. Porque, se os dias [durante a competição] passarem e as medalhas não aparecerem, a certa altura a população e a opinião pública voltam-se contra os organizadores, dizendo que organizaram um evento do qual Portugal não consegue salientar-se”, lamenta.

Os próximos Jogos Olímpicos vão disputar-se entre 26 de julho e 11 de agosto, um evento para o qual o Comité Olímpico Português convidou José Vicente Moura.

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