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Frente Cívica: “Alexandra Reis é só um bode expiatório”

28 dez, 2022 - 10:29 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

João Paulo Batalha considera que a demissão da secretária de Estado do Tesouro era “inevitável”, destacando que “a autoridade política do Ministério das Finanças está degradada por ação do ministro das Finanças”.

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A Frente Cívica diz que Alexandra Reis é só um bode expiatório. A demissão da secretária de Estado do Tesouro não acaba com a polémica criada à volta da indemnização paga pela TAP para a sua saída e a posterior entrada no Governo.

João Paulo Batalha considera que a autoridade política do Ministério das Finanças continua a estar em causa.

“A autoridade política do Ministério das Finanças foi o próprio que a minou com todas estas trapalhadas”, diz o vice-presidente da Frente Cívica que entende que “a secretária de Estado não tinha condições para estar no cargo, não tinha a mínima autoridade política, estava politicamente morta e morta até pelo próprio Fernando Medina e por Pedro Nuno Santos e depois, com a ajuda do próprio António Costa”.

Autoridade do Ministério das Finanças em causa

“Esta demissão é inevitável, mas a autoridade política do Ministério das Finanças está degradada por ação do ministro das Finanças e essa obviamente não se resolve com a demissão de um bode expiatório”, reforça.

O vice-presidente da Associação Frente Cívica, considera que as questões que envolvem o caso que levou à saída da secretaria de Estado do Tesouro continuam todas por responder.

“Não pode ficar concluída esta polémica, porque todas as questões que se levantaram continuam por responder”, aponta.

Segundo João Paulo Batalha, “continuamos sem perceber porque é que o Governo nomeou Alexandra Reis para a TAP e a retirou da TAP ou permitiu que ela saísse da TAP sete meses depois”.

“Já se percebeu que houve uma divergência de fundo entre a administradora e a presidente da comissão executiva. É preciso saber que divergência de fundo foi essa, porque é o nosso dinheiro que continua ali empatado e, obviamente, também continua a precisar de explicação todo o processo de nomeação depois para a empresa de navegação aérea e a forma como a própria Alexandra Reis chega ao Governo”, defende.

Costa insiste no mesmo erro

E João Paulo Batalha acrescenta ainda que António Costa volta a insistir no erro, lembrando que Alexandra Reis entrou no Governo na sequência da saída de Miguel Alves que deixou o Governo por se perceber que tinha sido recrutado sem que se avalisassem as situações de conflito de interesses e integridade ética.

“É preciso recordar que Alexandra Reis entra no Governo há poucas semanas, numa remodelação governamental provocada pela demissão de Miguel Alves, que saiu do Governo porque se percebeu que tinha sido recrutado pelo Governo sem que se fizesse uma avaliação das situações de conflitos de interesses e de integridade ética, de risco reputacional que ele trazia consigo para o Governo. E na remodelação feita para resolver esse problema, traz-se uma nova secretária de Estado em que claramente também não se fez uma avaliação de integridade ética, de conflitos de interesses, de portas giratórias”, conclui.

A secretária de Estado Alexandra Reis demitiu-se do Governo a pedido do ministro das Finanças.

Em comunicado, Fernando Medina disse que pediu a Alexandra Reis que apresentasse a demissão e a secretária de Estado do Tesouro aceitou “prontamente”.

“Tomei esta decisão no sentido de preservar a autoridade política do Ministério das Finanças num momento particularmente sensível na vida de milhões de portugueses”, escreveu Medina.

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