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Covid-19. “Existe de facto uma severidade muito menor”, mas máscara "é recomendável"

13 mai, 2022 - 09:55 • Filipa Ribeiro , Marta Grosso

Óscar Felgueiras, especialista do Infarmed e membro da equipa que aconselha o Governo, diz à Renascença que os hospitais estão “muito longe” do risco de rutura e que só no caso de o cenário mudar Portugal deverá voltar a apertar as restrições. Defende, contudo, que “há muitas situações em que é certamente recomendável usar a máscara”.

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Apesar de, na comparação com o mesmo período do ano passado, o número de casos de Covid-19 ser “mais de 40 vezes superior e com tendência a aumentar, em termos de cuidados intensivos, estamos com números semelhantes”, revela à Renascença Óscar Felgueiras.

O especialista do Infarmed e membro da equipa que aconselha o Governo em questões relacionadas com a pandemia lembra que é necessário continuar a estar atento, pois a pandemia ainda não acabou e as mortes também estão a aumentar.

“É necessário manter um acompanhamento próximo da situação, não pensar que a pandemia acabou. É um facto que a mortalidade permanece mais elevada do que o desejável. Mais de 50% dos óbitos são acima dos 87 anos e, portanto, há que proteger particularmente esses idosos”, afirma.

Na comparação com o ano passado, “em termos hospitalares, estamos com um número de casos que é mais de 40 vezes superior e com tendência a aumentar, no entanto, em termos de cuidados intensivos, estamos com números semelhantes ao ano passado, ou seja, existe de facto uma severidade muito menor”, indica também.

Neste cenário, Óscar Felgueiras considera que só no caso de os hospitais correrem o risco de entrar em rutura é que Portugal voltará a adotar medidas para combater a pandemia.

Contudo, o bom senso deve sempre prevalecer e os eventos das últimas e das próximas semanas deverão levar ao aumento do número de casos e de mortes, pelo que o especialista aconselha o uso de máscara.

“Como não há um risco de rutura hospitalar iminente – não estamos sequer próximos disso – acaba por ser justificável esta não obrigatoriedade, mas a não obrigatoriedade não quer dizer que seja obrigatório não usar. A verdade é que há muitas situações em que é certamente recomendável usar e outras em que é mesmo fortemente recomendável, principalmente quando se está em contacto com gente mais idosa”, sublinha.

Os especialistas que aconselharam o Governo nos últimos anos no âmbito da Covid-19 lançam, nesta sexta-feira, um livro sobre a estratégia adotada em Portugal para combater a pandemia.

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