04 abr, 2022 - 23:44 • Lusa
O Presidente da República considerou esta segunda-feira que o 25 de Novembro de 1975 também cabe nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, embora não já no início, que referiu ser dedicado aos antecedentes da revolução.
Em resposta a questões dos jornalistas, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde foi assistir à antestreia do filme "Salgueiro Maia -- O Implicado", de Sérgio Graciano, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que ainda não fechou o processo de escolha da comissão nacional das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que lhe compete nomear.
"Eu esperei pela composição da Assembleia da República e do Governo. Tenho ideias sobre a matéria. Ainda não falei com o senhor presidente da Assembleia da República nem com o senhor primeiro-ministro sobre a matéria", declarou, quando interrogado se já escolheu os membros da comissão nacional e se ficará ou não presidir a este órgão.
Questionado se o 25 de Novembro de 1975 deve ser incluído nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 - que já começaram, mais de dois anos antes desta efeméride, e se irão estender até dezembro de 2026 -, o chefe de Estado respondeu: "Mas eu acho que a ideia é obviamente caber. Quer dizer, cabe".
O Presidente da República assinalou que, por enquanto, as celebrações se têm fixado sobretudo "na fase anterior" à Revolução dos Cravos, "não é a do processo revolucionário em si mesmo", mas "nos antecedentes do 25 de Abril: o movimento estudantil, os movimentos religiosos, os movimentos dos trabalhadores, a contestação política, a oposição política, a repressão".
"E por isso é que se começou muito cedo", prosseguiu, acrescentando que "depois há de chegar o momento que tem a ver com a iniciativa dos capitães, o movimento dos capitães, o Movimento das Forças Armadas (MFA), e depois o processo dentro da revolução".
Marcelo Rebelo de Sousa concluiu: "O 25 de Novembro é posterior ao 25 de Abril, cabe no processo revolucionário, merece, naturalmente - eu sempre o assinalei -, mas não cabe no início que é a pré-história da pré-história do 25 de Abril. Cabe depois".
Ainda não é conhecido o nome do substituto de Pedro Adão e Silva - que na semana passada assumiu as funções de ministro da Cultura do XXIII Governo Constitucional - como comissário executivo à frente da estrutura de missão constituída pelo Governo para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
A par desta estrutura de missão, está previsto que funcione, junto da Presidência da República, uma comissão nacional, que compete ao Presidente da República nomear.