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Eleições internas CDS

CDS. Líder da Juventude Popular disponível para integrar direção de Nuno Melo

02 abr, 2022 - 23:36 • Tomás Anjinho Chagas , Susana Madureira Martins

Em entrevista à Renascença, Francisco Camacho mostra abertura para integrar qualquer lista e rejeita que a “inexperiência” tenha causado o desaire eleitoral.

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O líder da Juventude Popular (JP) está disponível para fazer parte da direção de Nuno Melo, caso o eurodeputado vença as eleições internas este domingo.

Em entrevista à Renascença, Francisco Camacho, revela até que Nuno Melo pretende integrar o presidente da JP nas listas.

“O que eu sei do Nuno Melo é que há uma intenção que o presidente da JP esteja na sua comissão executiva”, e por isso, está aberto a fazer parte da próxima liderança, “Se for esse o entendimento, estarei seguramente na comissão executiva”.

No exterior do Multiusos de Guimarães, onde decorre o Congresso do CDS este fim-de-semana, Francisco Camacho dá uma entrevista à Renascença, onde fala abertamente sobre o futuro do partido.

É líder da JP, já declarou o seu apoio a Nuno Melo. Como é que olha para, eventualmente, integrar as listas da direção dele?

Eu, de facto, a título individual, dei o meu apoio a Nuno Melo, porque é fundamental que [ele] tenha uma vitória relevante neste Congresso. Porque é aquele que se perfila, no meu entendimento, com mais condições para liderar o partido.

Acho que este Congresso é decisivo para o futuro do CDS, não há dúvida nenhuma sobre isso. Quanto às opções de Nuno Melo, o que nós sabemos é que há a intenção de haver um compromisso intergeracional no futuro do partido.

Não acho que haja nenhuma reivindicação da JP a nível de listas. Esse não é um tema chave para nós.

A título individual era um convite que aceitaria? [integrar a lista de Nuno Melo]

O que eu sei do Nuno Melo é que há uma intenção de que o presidente da Juventude Popular esteja na comissão executiva. Se esse for o entendimento do Congresso, eu estarei sem problema nenhum.

Se houver esse apelo, e se o próximo presidente do partido venha a ser Nuno Melo, eu estarei disponível como estaria disponível para qualquer líder do CDS. É o meu partido, não fugirei à luta nem ao combate. Estou disponível e interessado que o partido, amanhã, tenha um futuro mais risonho.

O tema da idade foi um dos que fez estalar o verniz no Congresso. Há um problema entre os congressistas mais velho e os mais novos?

Eu não extrapulo o que são entendimentos individuais. Houve uma declaração, de facto, de uma pessoa que tem lastro no CDS, fê-la em consciência e em liberdade. Eu não subscrevo, acho que são fora da realidade do CDS, que ao longo das décadas teve jovens destacados que deram muitas cartas e fizeram um grande serviço a Portugal.

No passado recente isso também aconteceu. Se houve alguma coisa que não correu bem, isso não se deveu à idade. Há muitas razões que podemos refletir.

Eu não vou hiperbolizar o que foi um entendimento individual para dizer que há aqui uma “conspiração grisalha” e que os velhos estão contra os novos. Estou confiante que o futuro do partido se vai fazer com um compromisso entre gerações.

A JP espera que a direção de Nuno Melo aposte nos jovens?

Eu espero que a próxima liderança dê um sinal de renovação. Acho que isso é importante. E não só para o funcionamento do CDS, mas para o modo como o partido quer apresentar-se aos portugueses.

Se formos ver os últimos resultados eleitorais, nós perdemos muitos jovens, essa foi uma causa do nosso insucesso eleitoral.

O eleitorado jovem é absolutamente decisivo nas eleições. É importante que a próxima direção do CDS tenha isso em mente.

Queremos um discurso alinhado, de compromisso intergeracional, a olhar para o futuro e para as reformas inadiáveis que prejudicam, sobretudo, as novas gerações. O tema da sustentabilidade, da segurança social, do acesso à habitação, são temas que têm sido empurrados com a barriga, e infelizmente, com a maioria socialista, tememos que continuem a ser adiados sucessivamente.

Mas Nuno Melo já disse que quer abraçá-las. Disse na apresentação da moção que vai abraçar essas causas sem medo de asumir que é de direita e que essas causas também são queridas à direita...

Sem dúvida. O CDS não deve ser um partido com uma agenda pré-estabelecida e cristalizada no tempo.

Há temas que são mais conotados com a esquerda e que não têm razão para ser.

Como é que enquanto líder da JP, convence um jovem a integrar uma juventude de um partido que não tem representação parlamentar?

Para aqueles que têm realismo na cena política: o CDS tinha representação na Assembleia da República, que de facto, nos permitia canalizar uma parte importante das nossas ideias.

Para aqueles que têm dúvidas sobre se devem aderir à JP. Nós não temos representação na Assembleia da República, mas temos um lastro e um historial que nos dá credibilidade para pensar no futuro.

Por outro lado, continuamos a ser um partido com uma rede de intervenção política instalada muito forte. Estamos presentes nos Governos das Regiões Autónomas, temos uma malha autárquica muito forte e uma representação no Parlamento Europeu, que é muito importante.

Por outro lado, eu acredito que este é também um momento desafiante. Ter oportunidade de reconstruir e reerguer um partido que já esteve tantas vezes no Governo e foi tão necessário no dia-a-dia de Portugal.

Isso é um entusiasmo que nos deve agigantar. E as novas gerações não gostam de dar nada por garantido. No CDS não temos nada garantido. Temos a certeza que tudo faremos para reverter esta situação.

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