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Análise de Dados

Parlamento com 93 caras novas e menos mulheres

31 jan, 2022 - 05:01 • Joana Gonçalves

Bloco de Esquerda e PAN são os únicos partidos sem renovações na bancada parlamentar. Com exceção do Livre, que só elegeu um deputado, o Chega é a força política com menor percentagem de mulheres entre os eleitos.

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Fechada a contagem de votos em Portugal, com apenas quatro mandatos por atribuir, são já conhecidos os rostos que vão representar os portugueses durante os próximos quatro anos. Cerca de 40% dos deputados eleitos não tinham assento parlamentar em 2019.

A maior renovação ocorre na bancada do Partido Socialista, com 42 das 93 novas caras eleitas, este domingo. Segue-se o PSD, com 31 estreantes, face à anterior legislatura, o Chega com 11, a Iniciativa Liberal com 7 e Livre e CDU com um novo deputado cada.

Apenas Bloco de Esquerda e PAN resistiram a renovações. O BE elegeu as irmãs Mariana e Joana Mortágua, Pedro Filipe Soares, José Soeiro e Catarina Martins. Já o PAN só conseguiu garantir o lugar da porta-voz Inês Sousa Real.

Mulheres continuam em minoria e Chega lidera disparidade

Numa noite de surpresas, à direita e à esquerda, há um resultado que não escapa à previsibilidade. Os homens ainda dominam, num hemiciclo onde o género feminino representa 36% dos eleitos.

Este valor é menor do que o alcançado em 2019 (87 deputadas), com 39% de representação feminina. Dos 226 mandatos já atribuídos, apenas 83 ficam ao cargo de mulheres.

Com exceção do Livre, que só elegeu um deputado, o Chega é a força política com menor percentagem de mulheres entre os deputados eleitos para representarem o partido: 8%. Todos os restantes partidos alcançam, pelo menos 35%.

Santarém, o círculo feminista

Dos 20 círculos eleitorais do território nacional, apenas três apresentam pelo menos 50% de representatividade feminina entre mandatos atribuídos. Beja e Portalegre não elegeram uma única mulher.

Já Santarém é o distrito com maior representatividade do género. Cinco dos nove deputados eleitos são do sexo feminino. Entre as eleitas estão Alexandra Leitão, Maria do Céu Antunes e Mara Coelho, do PS, e Isaura Morais e Inês Barroso, do PSD.

Na legislatura anterior, nenhum dos círculos eleitorais somou mais mulheres do que homens e só Setúbal e Viana do Castelo apresentaram o mesmo número.

Cinco deputados abaixo dos 30 e sete acima dos 70

Apesar das renovações, a idade média dos deputados eleitos fixa-se, agora, nos 41 anos, menos sete do que em 2019. É no Chega que se encontra a deputada mais nova, Rita Maria Cid Matias, eleita pelo círculo de Lisboa, aos 23 anos.

Abaixo dos 30 estão, também, Miguel Rodrigues (27), Miguel de Oliveira Matos (27) e Joana Sá Pereira (28) do PS e, ainda, Alexandre Poço (29) do PSD.

Já o deputado mais velho é, mais uma vez, Alexandre Quintanilha, com 76 anos. Seguem-se Jerónimo Sousa, Maria da Luz Rosinha, Edite Estrela, Manuel Afonso, Joaquim Barreto e Luís Capoulas Santos. Com exceção do secretário-geral do PCP, todos os restantes parlamentares representam a bancada do PS.

É no Bloco que a média de idades dos candidatos eleitos atinge o valor mínimo de 39 anos. No espectro oposto está o PSD com 51.

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