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Medidas de apoio aos jovens "são positivas mas são insuficientes"

23 mai, 2024 - 20:30 • Pedro Mesquita

Natália Nunes, do gabinete de Proteção Financeira da Deco, sublinha que a maior parte dos jovens, "a maior parte deles, não têm capacidade financeira para recorrer a um crédito à habitação, porque os rendimentos que tem são muito baixos".

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O governo anunciou que os jovens, até aos 35 anos passam a estar isentos do pagamento de IMT e de imposto de selo na compra da primeira casa, desde que o valor não ultrapasse os 316 mil, 772 euros. A associação de defesa do consumidor, diz à Renascença que estas medidas vão no bom sentido, mas "são insuficientes".

Natália Nunes, do gabinete de Proteção Financeira da Deco, sublinha que a maior parte dos jovens, "a maior parte deles, não têm capacidade financeira para recorrer a um crédito à habitação, porque os rendimentos que tem são muito baixos". Muitos deles, acrescenta, não têm também taxas de esforço que lhes permitam comprar uma casa.

"Positivas, mas insuficientes para garantir que os jovens têm acesso ao mercado do crédito e a uma habitação. A verdade é que os jovens, a maior parte deles, não têm capacidade financeira para recorrer a um crédito à habitação, porque os rendimentos que tem são muito baixos", explicou.

"Por outro lado, aquilo que se está é, de certa forma, a permitir que os jovens possam ter um financiamento a 100% e estão isentos do pagamento do IMT e do imposto do selo. Claro que é positivo, mas depois há o desafio dos jovens e manterem o pagamento da prestação do seu crédito à habitação", aponta, acrescentando que "a verdade é que muitos deles não têm taxas de esforço que permitam adquirir uma habitação".

Redução do IRS para os jovens é positivo, diz a Deco

Natália Nunes elogia o reforço dos apoios ao alojamento estudantil, bem como o alargamento do apoio aos estudantes deslocados. Positiva é também a decisão de limitar o IRS a uma taxa máxima de 15%, até aos 35 anos.

Lembra, contudo, que será uma medida de pouco impacto para a maioria dos jovens. Com rendimentos muito baixos: "Claro que o facto de terem uma redução daquilo que é o valor do IRS é positivo, mas o grande problema dos jovens é os seus rendimentos já serem muito baixos. Qualquer alívio que exista é positivo, mas vai continuar a não permitir que os jovens tenham a vida de qualidade que eles anseiam, nomeadamente que lhes permita adquirir uma habitação, seja ele arrendada ou comprada".

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