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Sócrates lê a crise. “A caminho do cadafalso", o PS "entoa cânticos de confiança na Justiça"

15 nov, 2023 - 08:03 • Olímpia Mairos

Num artigo de opinião no Diário de Notícias, o antigo primeiro-ministro diz que um processo judicial derrubou um governo, pelo que o "silêncio faz mal ao estômago”.

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O antigo primeiro-ministro José Sócrates renova críticas ao Ministério Público tendo por base a Operação Influencer.

Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias (DN), José Sócrates, figura central da Operação Marquês, apela ao debate sobre a justiça e sobre o caso do momento.

Desta forma, Sócrates contraria as palavras de Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS, para quem, o partido não pode passar os próximos quatro meses a debater um processo judicial.

O antigo primeiro-ministro considera que a ação do Ministério Público “derrubou um Governo, acabou com uma maioria absoluta e dissolveu a Assembleia da República” e lamenta que o conselho dos estrategas do partido afirme que “a luta é contra a direita, não contra o sistema judiciário”.

“A caminho do cadafalso, os lábios dos socialistas entoam cânticos de confiança na Justiça. Esplêndido”, escreve.

Sócrates defende que quando o Ministério Público decide prender, fazer buscas em casas particulares e tornar pública uma investigação, deve ter já na sua posse provas que considere suficientes da culpabilidade dos envolvidos.

“Deve estar pronto para acusar. Pois bem, não está”, sinaliza, lembrando que a investigação vai durar anos e que “os procuradores manterão os suspeitos devidamente presos na prisão da opinião pública durante o tempo necessário a que outro tempo político floresça”.

Por isso, lamenta que os socialistas considerem que não podem passar os próximos quatro meses a discutir um processo judicial, mesmo que este “lhes tenha retirado ilegitimamente a maioria absoluta no Parlamento e o direito a governar”.

“Os socialistas não têm tempo para discutir a liberdade. A armadilha mental da direita resulta em pleno - criticar os abusos do Ministério Público é ‘atacar a Justiça’”, assinala, acrescentando, no entanto, que “este silêncio faz mal ao estômago”.

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