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Urgências do Hospital da Guarda sem internistas no feriado e fim de semana

02 out, 2023 - 13:54 • Lusa

Grupo de médicos apresentou uma minuta de indisponibilidade para realizar mais horas extraordinárias a partir de outubro e as falhas nas escalas do serviço começam a fazer-se notar.

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As urgências do Hospital da Guarda vão estar sem especialistas de medicina interna entre o feriado e o fim de semana, devido à indisponibilidade dos médicos em realizar mais horas extraordinárias.

As escalas de serviço para esses dias não preveem para já a presença de qualquer médico daquela especialidade, como confirmou esta segunda-feira à Lusa fonte da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.

Um grupo de médicos apresentou uma minuta de indisponibilidade para realizar mais horas extraordinárias a partir de outubro e as falhas nas escalas do serviço começam a fazer-se notar.

A administração da ULS da Guarda tinha alertado no final da semana passada que o serviço ia estar aberto 24 horas, mas que iria funcionar de forma condicionada aos feriados e fins de semana.

A ULS pediu à população “a maior compreensão e que recorra sempre que possível aos serviços disponibilizados pelos centros de saúde da área de residência”.

A diretora do serviço de Urgência, Adelaide Campos, tinha confirmado à Lusa que as escalas para o mês de outubro estavam incompletas pelo fato de um grupo de médicos se ter manifestado indisponível para fazer mais horas extraordinárias, tendo em conta que já tinham atingido o limite anual.

“Vai haver dias em que as equipas não se podem formar, porque não há número de especialistas suficientes para cada uma das equipas e, portanto, a Urgência pode ter que encerrar”, alertou a diretora do serviço de Urgência.

Adelaide Campos disse esperar que “o senhor ministro da Saúde e o CEO do SNS [Serviço Nacional de Saúde] percebam aquilo que se pode vir a passar nas próximas semanas”.

A diretora realçou que o limite das horas extraordinárias já foi atingido há muito tempo e que “esta situação não se pode manter”.

“Não podemos ter um distrito de 160 mil habitantes sem hospital que receba doentes urgentes. Não é viável, não é possível”, alertou.

Em setembro, um grupo de profissionais enviou ao ministro da Saúde uma carta aberta com mais de 1.000 assinaturas de médicos a avisar da sua indisponibilidade para fazerem mais horas extras.

Desde então, segundo o movimento Médicos em Luta, a indisponibilidade dos médicos provocou “problemas na elaboração da escala do serviço de urgência” em pelo menos 21 hospitais, incluindo Viana do Castelo, Garcia da Orta, Bragança, Barreiro, Guarda, Viseu, Santarém, Braga, Matosinhos, Leiria, Aveiro, Caldas e Torres Vedras, Portimão e o Hospital Santa Maria.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) agendou uma manifestação nacional para dia 17 de outubro, frente ao Ministério da Saúde.

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