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Covid-19/reunião no infarmed

Partidos apelam à vacinação e vigilância. PSD pede urgência em plano de contingência. BE quer regresso das baixas médicas

11 nov, 2022 - 15:01 • Tomás Anjinho Chagas , Rosário Silva

Da esquerda à direita, confira com a Renascença a reação dos partidos com assento parlamentar à reunião desta sexta-feira, no INFARMED.

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O Partido Socialista (PS) acredita que “vigilância e vacinação” são, neste momento, as palavras de ordem em relação à pandemia de covid-19.

No final da reunião de peritos no INFARMED, aos jornalistas, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, considerou que os peritos passaram uma mensagem de tranquilidade, mas também de o país ainda não pode baixar a guarda.

“Esta pandemia e este vírus tem uma capacidade de mutação que nos deve manter alerta e que nos obriga a não baixar a guarda em relação a essa vigilância”, referiu.

“Vigilância”, prosseguiu, João Torres, “que deve ser feita pelo conjunto da sociedade, mas também pelos organismos do Estado que, em primeiro lugar têm essa obrigação”.

O socialista apelou também à população para que continue a vacinar-se contra a Covid-19, uma vez que é “a arma mais eficaz”, apontando as estimativas apresentadas “de 12 mil vidas humanas salvas pela vacinação”.

Pelo lado do Partido Social Democrata (PSD), ouviram-se críticas pela forma tardia com que o Governo vai apresentar o plano contingência de outono-inverno

O deputado Ricardo Baptista Leite, que também é médico, considera que o Ministério da Saúde deveria ter pensado mais cedo nesse cenário.

“Aquilo que o senhor ministro diz que vai apresentar, eventualmente um dia, um plano de contingência para responder ao inverno que aí vem, entendemos que já devia estar em marcha e que aquilo que estamos hoje a viver nos serviços de urgência não deveria estar a acontecer”, disse o vice-presidente do grupo parlamentar.

Baptista Leite defendeu ainda que a “vacinação é crítica” e deve ser acelerada, denunciando que o processo está a decorrer de forma “muito lenta”.

Quanto ao Chega, o vice-presidente do partido, Pedro Frazão, criticou a inação do Governo relativamente às urgências encerradas e ao descontentamento dos seus profissionais, lembrando que as greves que vão fazer da próxima semana, uma semana negra na saúde em Portugal.

“Este mês de novembro vamos ter uma ‘black week’ na saúde. Na próxima semana todas as carreiras profissionais de saúde estão com greves marcadas, os enfermeiros, os médicos, os farmacêuticos e os técnicos de emergência pré-hospitalar que já estão em greve, causando enormes transtornos no socorro nos cuidados de emergência médica em Portugal e, portanto, tudo isto nos preocupa”.

Frazão considerou ainda que “a vacinação desempenhou um papel importante, como representa a autorresponsabilidade e a liberdade dos portugueses tomarem as medidas que acharem por convenientes para se prevenirem da covid-19 e das outras infeções respiratórias que muito estão a fazer pressão sobre o SNS”.

Já o Livre, pela voz de Isabel Mendes Lopes apontou a “importância da vacinação” como o caminho a seguir e sublinhou a normalização da Covid 19.

Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, uma vez que alguns partidos assistiram remotamente à reunião, o Bloco de Esquerda defendeu o regresso das baixas médicas pagas a 100% e testes gratuitos à Covid 19.

“Era importante que quem está doente, seja por Covid, seja por outras infeções respiratórias que neste momento estão a circular em Portugal, pudesse ter acesso, não só, a testes gratuitos, mas acesso a uma baixa a 100%, o que não existe desde dia 1 de outubro, mas era importante que fosse reposto”, ressalvou Moisés Ferreira.

O deputado bloquista justifica este pedido, com os apelos que saíram da reunião do INFARMED, para que as pessoas infetadas fiquem em casa.

“Hoje foi dito que era importante que as pessoas quando se sentem doentes se reservem e fiquem em casa. Isso só é possível se se garantir que essas mesmas pessoas vão continuar a ter rendimento. Se elas não tiverem rendimento não vão ficar em casa, portanto, é preciso uma baixa a 100% que seja passada de forma automática e não penalize os primeiros três dias de ausência ao trabalho, para que as pessoas se possam resguardar e se possa combater as desigualdades sociais”, argumentou.

Por outro lado, acusou ainda o ministro da Saúde Manuel Pizarro, de estar em negação, quer em relação às urgências nos hospitais, quer aos rendimentos dos profissionais de saúde.

“Se se mantiver por parte do Governo, o estado de negação à situação do Serviço Nacional de Saúde e esta obstinação de que para o ano não vai estar gastar mais dinheiro do que gastou em 2022 com a pandemia, aquilo que se pode antever é uma deterioração do Serviço Nacional de Saúde e, por isso, um bom primeiro passo era o ministro da Saúde deixar o seu estado de negação e apostar efetivamente no SNS”, rematou, Moisés Ferreira.

Por sua vez, Rodrigo Saraiva, líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) considerou que a reunião do INFARMED serviu para mostrar que o país já olha para a Covid 19, como para qualquer outra doença respiratória.

“Foi uma reunião bastante tranquila, não existiram grandes sinais de alerta, comprovou-se que a Covid está a seguir a linha de outras infeções respiratórias e começa a ser considerada e gerida dessa forma”, salientou.

“Houve uma coisa que gostamos muito nesta reunião. Nas várias intervenções houve sempre um foco na responsabilização individual das pessoas”, acrescentou o deputado da IL

Na reunião, esta sexta-feira, para acompanhar a situação epidemiológica da Covid-19 (que já não acontecia desde fevereiro) participaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva e o primeiro-ministro, António Costa. Também o presidente do PSD, Luís Montenegro, esteve presente pela primeira vez.

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