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Câmara de Setúbal afasta funcionária e pede investigação ao "caso" dos refugiados ucranianos

29 abr, 2022 - 13:25 • Ricardo Vieira

Autarquia retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior citada numa notícia do Expresso, "até ao total e inequívoco esclarecimento desta situação".

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A Câmara de Setúbal vai pedir uma investigação ao caso dos refugiados ucranianos que, alegadamente, foram recebidos pelo pelo antigo presidente da Casa da Rússia e pela mulher, funcionária do município de nacionalidade russa.

Em resposta a uma notícia avançada esta sexta-feira pelo jornal “Expresso”, a autarquia anunciou que vai “solicitar ao Ministério da Administração Interna que adote, de imediato, os necessários procedimentos no sentido de averiguar a veracidade das suspeitas”.

A Câmara de Setúbal “manifesta total disponibilidade para prestar toda a informação necessária.

“Face à situação criada, a Câmara Municipal, retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior citada na notícia até ao total e inequívoco esclarecimento desta situação, adianta o comunicado.

A autarquia liderada por André Martins explica que "tem em funcionamento, desde o início da invasão russa da Ucrânia, um serviço de atendimento a refugiados ucranianos e tem prestado todo o apoio necessário ao acolhimento destas pessoas, em direta e permanente articulação com diferentes entidades, nomeadamente a Segurança Social, Alto Comissariado para as Migrações, Instituto de Emprego e Formação Profissional e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras".

Segundo o jornal Expresso, pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos pelo antigo presidente da Casa da Rússia e pela mulher, funcionária do município de Setúbal.

Os dois terão questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia, mas a Câmara Municipal de Setúbal garante que “nunca foi feita tal pergunta.

De acordo com a Câmara de Setúbal, "o sr. Igor Kashin, citado na notícia do Expresso, colabora, regularmente, há vários anos, com várias entidades da administração central, entre as quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado para as Migrações e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo prestado esta colaboração já este ano, em instalações de alguns destes serviços em Setúbal, no contexto do acolhimento de refugiados da guerra da Ucrânia".

"Esteve também a dar apoio, no contexto das relações existentes, desde 2005, entre a CMS e a EDINSTVO, associação de imigrantes de leste, nos serviços municipais responsáveis pelo acolhimento de refugiados", sublinha.

A autarquia sadina adianta que, "após tomar conhecimento de afirmações proferidas, há duas semanas, pela Embaixadora da Ucrânia em Portugal relativamente a esta associação, questionou formalmente e no próprio dia, por ofício, o senhor Primeiro-ministro, pedindo que se pronunciasse sobre a veracidade destas declarações e esclarecesse com a maior brevidade possível se o Alto Comissariado para as Migrações mantinha a confiança nesta associação, não tendo obtido resposta até ao momento".

A secretária de Estado da Igualdade e Migrações enviou esta sexta-feira ao Alto Comissariado para as Migrações (ACM) um pedido de esclarecimento na sequência da notícia de que refugiados ucranianos estão a ser recebidos em Setúbal por russos pró-Putin.

Em comunicado, o gabinete da secretária de Estado Sara Guerreira indica que o pedido foi dirigido à alta-comissária, Sónia Pereira, com caráter de urgência.

O PSD quer ouvir na Assembleia da República o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, e a embaixadora da Ucrânia.

O deputado social-democrata Ricardo Batista Leite diz que esta é uma situação inaceitável e que merece também esclarecimentos por parte do primeiro-ministro António Costa.

A indignação de Ricardo Batista Leite é partilhada pela Iniciativa Liberal, que também vai chamar ao Parlamento o autarca de Setúbal e o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.

Em março, a Renascença avançou que associações pró-Rússia estavam na lista do Alto Comissariado das Migrações para acolher refugiados ucranianos.

A denúncia foi avançada pela embaixadora da Ucrânia em Portugal. Inna Ohnivets disse que a situação pode ser perigosa, nomeadamente, para os maridos que ficaram na Ucrânia.

O Alto Comissariado para as Migrações respondeu que não faz avaliações políticas, apenas técnicas.

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  • Então?
    29 abr, 2022 CGTP, unidade sindical 21:26
    Então não se publicam comentários oh janotas? A fazer fretes ao PCP, é?
  • João
    29 abr, 2022 Porto 13:44
    Falta de vergonha. falta de sentido ético e falta de senso-comum!
  • Demissão já!
    29 abr, 2022 Setubal 13:01
    Um Russo pro-Putin nem devia aproximar-se de Ucranianos, quanto mais recebê-los e fazer-lhes perguntas. Quem permitiu esta situação tem de ser responsabilizado e demitido de imediato.

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