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Vacinação Covid-19. Elevado número de infeções obriga a alterar plano inicial

17 jan, 2022 - 18:28 • Pedro Mesquita , Marta Grosso

Em entrevista à Renascença, o coronel Penha Gonçalves recusa que haja mais lentidão no processo e mostra-se satisfeito com a adesão.

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O elevado número de infeções por Covid-19 obrigou a “task force” de vacinação a alterar o plano para a dose de reforço. Só daqui a cinco ou seis meses deverá ficar concluído, diz à Renascença o coordenador, coronel Penha Gonçalves.

“O plano que temos neste momento está a ser modificado, porque está a haver um grande número de infeções e isso atira a vacinação de reforço das pessoas que estão infetadas para daqui a cinco meses”, avança.

“Portanto, na verdade, vamos ter duas vagas de reforço”, acrescenta, dizendo que a atual (primeira) deverá terminar “a meio de março”.

Nessa altura, estarão vacinadas “todas as pessoas elegíveis, que são aquelas que já fizeram vacinação primária há tempo suficiente para fazerem agora a vacinação de reforço e também aquelas pessoas que não foram infetadas e por isso podem ser vacinadas”.

As que forem infetadas “durante este período, vão ter de esperar para que o reforço seja dado mais tarde”, diz Carlos Penha Gonçalves.

O coordenador da “task force” de vacinação contra a Covid-19 rejeita que o processo esteja a ser mais lento do que o plano inicial, de duas doses.

“Temos estudos comparativos da percentagem que estamos a cobrir e realmente não está mais lento. Pode haver essa perceção, mas não há uma lentidão em relação ao início do processo”, começa por dizer, lembrando que “a primeira fase da vacinação começou em dezembro e acabou em setembro: demorou 10 meses”.

“O facto de termos um pico de infeção muito grande faz com que os reforços tenham de ser adiados”, insiste. Não é, pois, por falta de adesão das pessoas, defende.

“Temos, neste momento, acima dos 60 anos, 85% da população vacinada. E fizemos um esforço muito grande, porque é aquela fração da população que mais pressão faz sobre o sistema hospitalar”, sustenta.

Quanto aos mais novos, é cedo para dizer. “Estamos a baixar as idades e vamos ver como reagem. Vamos agora nos 45 anos, nas próximas semanas vamos baixar muito rapidamente as idades de acesso à vacinação e, portanto, é muito cedo para dizer”.

“Mas posso dizer que, por exemplo, no caso das crianças que vacinámos dos 5 aos 11 anos, com a primeira dose, tivemos mais de 50% e é uma das maiores taxas da Europa. Portanto, não me parece que realmente esteja a haver uma hesitação vacinal”, sublinha.

No fim de semana passado (15/16 de janeiro), foi dada prioridade ao pessoal que iria estar afeto às eleições legislativas. “Nestes dois dias, foram vacinadas cerca de 130 mil pessoas”, diz o coronel Penha Gonçalves.

“Mas, dessas, sabemos que algumas foram pessoas que entretanto fomos introduzindo nos grupos, como forças de segurança e a comunidade universitária – professores e funcionários do ensino superior”, acrescenta.

E uma quarta dose, está prevista? “Ainda não há indicação nenhuma das autoridades de saúde que haja uma quarta dose, mas o que nós temos já montado é um sistema que facilmente poderá responder a esse desafio”, garante o responsável.

Segundo o relatório de vacinação divulgado nesta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), já receberam a dose de reforço contra o novo coronavírus 3.853.422 pessoas.

Em termos de faixas etárias, 90% das pessoas com mais de 80 anos, 92% dos 70 aos 79 anos, 81% dos 60 aos 69 anos e 52% na faixa etária entre os 50 e os 59 anos.

Vacinados contra a gripe estão 2.516.734 portugueses.

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