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Covid-19

Vacinação de crianças. Especialista elogia prioridade a menores com doenças

07 dez, 2021 - 18:16 • Pedro Mesquita , Marta Grosso

Imunologista Miguel Prudêncio sublinha, na Renascença, que a recomendação da DGS surge depois da “análise de todos os dados conhecidos” e lembra que a dosagem para crianças entre os 5 e os 11 anos é um terço da dos adultos.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou, nesta terça-feira, a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos, com prioridade para aquelas que tenham doenças graves – uma decisão que o investigador principal do Instituto de Medicina Molecular Miguel Prudêncio aplaude.

“É importante destacar a diferença que a própria DGS estabelece entre as crianças com comorbilidades e as crianças saudáveis, porque aquilo que a DGS veio dizer é que a vacinação de crianças nesta faixa etária que apresentem comorbilidades é prioritária em relação à vacinação de crianças nesta faixa etária que não tenham essas comorbilidades”, afirma à Renascença.

“Deve haver uma prioridade para as crianças que, pela sua condição clínica, apresentam uma fragilidade superior e, portanto, um risco superior de desenvolver Covid-19 com risco de complicações”, acrescenta.

A recomendação desta tarde não surpreendeu o especialista, que lembra que surge “na sequência de uma análise de todos os dados disponíveis”. E os ensaios clínicos realizados não revelaram efeitos adversos graves.

Miguel Prudêncio destaca, contudo, que “o número de participantes nestes ensaios clínicos era relativamente pequeno. Mas não há nada neste momento que indique que esta vacina tenha potencial de gerar efeitos adversos graves”.

Até porque, acrescenta, “a dose administrada a crianças entre os 5 e os 11 anos é um terço da dose administrada a adolescentes e a adultos, o que reduz ainda mais as probabilidades desses efeitos adversos”.

“Os ensaios clínicos foram realizados com várias doses de vacina e aquela que mostrou conferir o efeito de proteção desejável sem efeitos secundários adversos graves é a que é preconizada para utilização”, o que significa que a vacina agora recomendada contém “a dose mais pequena que garante o efeito que se pretende em termos de proteção”, explica.

Assim, e tendo em conta que as crianças têm, “por natureza, uma massa corporal mais baixa”, esta dose inferior da vacina “é, do ponto de vista da proteção conferida contra a doença, idêntica àquela que se obtém em adolescentes e em adultos com uma dose mais elevada”.

A dosagem é menor, mas o número de tomas é igual: duas.

E quanto a uma eventual necessidade de reforço?

“Neste momento, é extremamente prematuro dizermos se vai haver necessidade de reforços e quando é que vai haver essa necessidade, porque neste momento não temos dados que nos permitam perceber se essa imunidade vai decair e com que velocidade”, responde Miguel Prudêncio.

A DGS recomendou, nesta terça-feira, a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos com a vacina da Pfizer.

“A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos, com prioridade para as crianças com doenças consideradas de risco para COVID-19 grave. A vacina a utilizar será a Comirnaty, que tem parecer positivo da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para a formulação pediátrica, à data”, lê-se no comunicado enviado às redações.

As informações sobre o calendário de vacinação e outros esclarecimentos adicionais sobre a recomendação hoje conhecida foram agendados para dia 10 de dezembro, em conferência de imprensa.

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