Tempo
|
A+ / A-

Eutanásia

Oposição à lei da eutanásia é “questão de higiene democrática”

04 nov, 2021 - 17:55 • Filipe d'Avillez

Em comunicado, a Federação Portuguesa pela Vida deixa duras críticas à forma como o Parlamento agendou o debate da eutanásia, em vésperas da provável dissolução.

A+ / A-

A Federação Portuguesa Pela Vida considera que a oposição a esta nova versão da lei da eutanásia, que foi discutida esta quinta-feira no Parlamento, é “uma questão de higiene democrática”.

Num comunicado enviado à Renascença esta tarde a federação recorda que a primeira versão da lei, que foi chumbada pelo Tribunal Constitucional, “teve parecer negativo de todas as entidades oficiais ouvida pelo Parlamento, nomeadamente, da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida e das ordens dos Médicos, dos Enfermeiros e dos Advogados”.

E ainda que “opuseram-se a esta lei todos os bastonários da Ordem dos Médicos vivos, a grande maioria dos Professores Catedráticos de Direito Público, 21 presidentes de câmaras municipais, a Associação Nacional de Cuidados Paliativos, a União das Misericórdias Portuguesas, os maiores grupos de saúde privada e as confissões religiosas”.

De resto, nenhuma destas entidades foi chamada a pronunciar-se sobre a nova versão da lei que será votada na sexta-feira e que, sublinha a Federação, “estando fechado desde setembro, manteve-se em segredo do público, dos jornalistas e da maior parte dos deputados até o dia 3 de novembro”.

Perante estes factos a organização que milita contra a liberalização da eutanásia pergunta “Julgam os deputados legítimo votar uma lei desta gravidade quando a dissolução da Assembleia da República está apenas pendente de formalidades? Estão os deputados dispostos a ignorar todos os especialistas e a sociedade civil? Estão os deputados preparados para colaborar na instrumentalização do Tribunal Constitucional?”

E conclui que “opor-se a esta lei, mais do que um assunto de consciência pessoal, é hoje uma questão de higiene democrática”.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+