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Covid-19: Governo espera vacinar 3,6 milhões de pessoas até ao final de junho

04 dez, 2020 - 14:52 • Lusa

Vacinação será feita prioritariamente por cerca de 40 mil enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde.

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O Governo estima que 3,6 milhões de portugueses sejam vacinados contra a Covid-19 até ao final do primeiro semestre de 2021. A vacinação vai ser assegurada prioritariamente por cerca de 40 mil enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), avançou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, adiantando que se for necessário serão reforçados estes recursos.

“Temos cerca de 40 mil enfermeiros no SNS e são eles que prioritariamente vão vacinar. Obviamente que se for necessário reforço serão reforçados estes meios”, afirmou António Lacerda Sales aos jornalistas, no final de duas visitas a duas unidades de saúde, em Matosinhos, no Porto.

Sobre a possibilidade de os centros de saúde terem de alargar os horários de funcionamento, o governante disse que “é possível”, mas ressalvou que tal é do âmbito funcional das unidades locais de saúde e dos diretores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde.

“[Essa possibilidade] é a adequabilidade que o plano tem que ter em função das necessidades e a resposta é em função das necessidades”, sublinhou António Lacerda Sales.

Questionado ainda se o Estado vai assegurar sozinho o plano de vacinação, o governante explicou que o Governo entendeu que por “uma questão de coordenação, de articulação e monitorização, o Serviço Nacional de Saúde assegurará numa primeira fase a vacinação contra a covid-19”.

“Na primeira fase haverá 1.200 pontos de vacinação e na fase mais posterior podemos pensar noutros pontos de vacinação, nomeadamente se for preciso uma vacinação mais maciça, com campanhas em escolas, em pavilhões ou noutros pontos de proximidade que possam dar um melhor acesso aos doentes”, avançou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.


Explicou que o país tem “um sistema organizado em cascata, das administrações regionais de saúde, para as unidades locais, para as instituições hospitalares, para os agrupamentos de centros de saúde, que têm os seus profissionais organizados de uma determinada forma e é no âmbito funcional destas instituições que os profissionais se organizam”.

Contudo, assegurou: “Se for preciso mais profissionais, contrataremos e as instituições poderão fazê-lo”.

Instado a comentar as declarações da Liga Portuguesa Contra o Cancro de os doentes oncológicos não estarem incluídos nos grupos prioritários para receberem a vacina contra a covid-19, Lacerda Sales afirmou que o plano de vacinação é “dinâmico e flexível”.

“A evidência científica de hoje é o erro retificado de amanhã e, portanto, temos de estar sempre adequados àquilo que é a evolução e o dinamismo da própria ciência em base em critérios que são técnicos. Obviamente, que se a EMA [Agência Europeia do Medicamento] ou outro organismo vier dizer que as prioridades terão que se adequar, este plano é um plano dinâmico e flexível e adequar-se-á”, salientou.

Disse ainda que os doentes oncológicos serão vacinados na segunda fase de vacinação, que engloba um total de 2,7 milhões de pessoas.

“Com cerca de 950 mil na primeira fase presumimos que podemos ter cerca de 3,6 milhões de pessoas vacinadas nestas duas fases que poderá coincidir com o primeiro semestre de 2021”, sublinhou.

As vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

A informação foi divulgada na quinta-feira por Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, segundo o qual numa segunda fase a prioridade será para pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, e pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes.

Portugal contabiliza 4.803 mortos associados à covid-19 em mais de 312 mil casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Evolução da Covid-19 em Portugal

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