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Reações à morte de José Cutileiro, "uma das mentes mais brilhantes dos nossos tempos"

17 mai, 2020 - 18:14 • Lusa

Presidente da República, primeiro-ministro e outras figuras já evocaram a memória do embaixador, que faleceu, este domingo, em Bruxelas, onde vivia, aos 85 anos.

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Sucedem-se as reações e homenagens ao diplomata José Cutileiro, falecido este domingo, em Bruxelas, onde vivia, aos 85 anos.

O primeiro-ministro destaca o "brilhante" diplomata no desempenho de importantes funções em nome de Portugal e em cargos internacionais, caracterizando-o como "um patriota e um homem do mundo".

"Era um patriota e um homem do mundo. Foi um brilhante diplomata, antropólogo, cronista e escritor, tendo aliado a ação ao pensamento sobre política externa, na defesa da paz, da liberdade e da democracia. Transmito à família as minhas condolências", escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.

Na mesma mensagem, o primeiro-ministro defendeu que José Cutileiro ajudou os cidadãos "a compreender, com grande lucidez, o movimento da História e o papel de Portugal".

Cronista e escritor, José Cutileiro foi um dos negociadores da adesão de Portugal à União da Europa Ocidental (UEO) e integrou a equipa de coordenação da Conferência de Paz para a Jugoslávia, em 1992, entre outros cargos ao longo da sua carreira.

Marcelo recorda "um homem da cultura"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorda que, para além de um "magnífico diplomata", Cutileiro foi "um homem da cultura"

"Um homem muito inteligente, que escrevia muitíssimo bem, um grande ensaísta, um grande colunista, um grande comentarista, e depois também um grande cronista no sentido de contar a sua vida e a vida dos outros e analisar de forma às vezes impiedosa, mas de forma muito lúcida, muito inteligente a vida nacional", disse aos jornalistas, em Mafra.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, José Cutileiro "fez dos melhores comentários de política internacional, durante muitas décadas".

"Portanto, reconhecemos o seu talento no que escrevia, na forma como escrevia, na maneira como via o mundo, como via a Europa, como via Portugal e o papel de Portugal. Marcou várias gerações, fica aqui o meu testemunho de amizade e de agradecimento", acrescentou.

João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, diz que Cutileiro foi "uma das mentes mais brilhantes dos nossos tempos".

“A generosidade intelectual era imensa; em cada uma das crónicas, através da prosa luminosa e do maravilhoso sentido de humor encontramos autênticas pérolas”, escreveu no Twitter.

Diplomacia portuguesa fica "muito mais pobre"

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que a morte de José Cutileiro "deixa a diplomacia mais pobre".

“Nas várias missões que desempenhou, foi sempre um excecional servidor das causas e dos interesses de Portugal. O seu profissionalismo e dedicação, o modo como prestigiou o país no estrangeiro e como ocupou importantes cargos internacionais, são um exemplo para todos os diplomatas”, pode ler-se, numa nota publicada na rede social Twitter.

O ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso recorda o "notável diplomata", com quem partilhou dez anos na CE.

“Com grande pesar soube da morte de José Cutileiro, notável diplomata e intelectual com quem aprofundei amizade durante dez anos em que foi meu conselheiro especial na Comissão Europeia. Um olhar muito cético sobre o nosso País, essa era a forma como gostava de ser português”, escreveu.

Jorge Sampaio, ex-Presidente da República, lamenta o "grande vazio" deixado pela morte de José Cutileiro.

“Apesar da proximidade que o tratamento por tu cria entre as pessoas – e era o nosso caso -, sempre tive pelo Zé Cutileiro um enorme respeito e admiração pela pessoa de excepção que sempre mostrou ser, de par com uma amizade certa e que a vida de cada um de nós manteve intacta. O seu desaparecimento deixa um vazio grande e a saudade antecipada das suas crónicas, das suas palavras, dos sinais da sua presença entre nós”, diz, numa mensagem enviada à Lusa.

O embaixador da União Europeia (UE) no Reino Unido, o diplomata português João Vale de Almeida, destacou a “lucidez penetrante e indomável” do “mestre” José Cutileiro.

“Faleceu o Embaixador José Cutileiro. Amigo e companheiro de lides europeias e estratégicas, com ele aprendi muito sempre que jantávamos em Bruxelas ou lhe falava do outro lado do Atlântico. Lucidez penetrante e indomável, memória, cultura e escrita únicas. Descansa em paz, mestre", escreveu nas redes sociais.

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