Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Prospetores de emprego “abrem as portas” a candidatos com deficiência

14 mar, 2019 - 07:33 • Sandra Afonso

Por todo o país, mas sobretudo em Lisboa, existem várias portas que dão apoio às pessoas com deficiência e às empresas, tanto às que estão disponíveis para contratar e como àquelas que ainda têm muros para derrubar.

A+ / A-
Prospetores de emprego “abrem as portas” a candidatos com deficiência. Uma reportagem de Sandra Afonso
Ouça aqui a reportagem

Veja também:


A maioria das pessoas com deficiência começa por procurar emprego por meios próprios e, por isso, quando chegam a estas estruturas de apoio já receberam muitas rejeições, sentem-se derrotados, cansados e inseguros. Joana Frederico, da Associação Salvador, defende que muitas vezes os pedidos são mal canalizados, “as próprias pessoas não fazem uma pesquisa acertada ou não têm os contactos certos”. Esta é a mais valia destes serviços, “têm mais facilidade em chegar às empresas”.

A Associação Salvador abriu em 2015 um gabinete em Lisboa, para apoiar pessoas com deficiência motora a conseguir emprego. Três anos depois, a iniciativa chegou ao Porto. A maioria ainda procura o primeiro emprego, mas há também quem venha de instituições e até há quem procure um salário melhor.

Mais antiga, de portas abertas desde os anos 90, a OED, funciona exclusivamente na zona de Lisboa, mas ajuda candidatos com todo o tipo de deficiências. É um serviço da Fundação Liga, com o apoio do Instituto de Emprego e da autarquia.

Funciona com equipas de técnicos, ou gestores de caso, e prospetores de emprego. São estes últimos, segundo a coordenadora, Sara Pestana, o segredo do sucesso. Eles “vão às empresas, sensibilizá-las para a integração das pessoas com deficiência, para o valor do trabalho destas pessoas, para perceberem que é possível integrar pessoas com deficiência”. Os prospetores de emprego “abrem as portas”.

Com uma linguagem académica e técnicas novas surgiu na Nova SBE, em Carcavelos, o mais recente projeto, o “Inclusive Community Forum”, para promover a inclusão. Logo no primeiro ano, 2017/2018, o tema escolhido foi a empregabilidade. A primeira tarefa foi realizar um levantamento da situação e necessidades do mercado, diz Isabel Almeida e Brito, “seguido do ‘Peer2Peer’, um programa realizado a pares, de preparação para o mercado de trabalho, em que alunos preparam com os candidatos o currículo, as entrevistas, as áreas em que podem e querem trabalhar”.

Faltava ainda um mecanismo de mercado, que fizesse um bom ‘match’ entre candidatos e empresas com vagas disponíveis”, surge então o ‘HR4Inclusion’, em que trabalharam com empresas de recrutamento, para garantir uma melhor ligação entre candidatos e empresas.

Também a OED e a Associação Salvador trabalham os currículos com as pessoas com deficiência e preparam-nas para as entrevistas. Quando necessário, são encaminhadas para formação. O ICF inclui as famílias em todo o processo. As três estruturas vão às empresas, à procura da melhor colocação possível para cada candidato.

No resto do país, o IEFP dá apoio à empregabilidade dos candidatos com deficiência através dos Centros de Recursos. Mas nestes casos, não existem prospetores de emprego, apenas técnicos, que fazem todo o trabalho. Estes centros também não atendem apenas as pessoas com deficiência, congregam vários serviços.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+