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Apoio à Ucrânia e Israel vai a votos nos EUA. Biden garante aprovação imediata

17 abr, 2024 - 23:20 • João Pedro Quesado

Seis meses de bloqueio da ajuda militar à Ucrânia, Israel e Taiwan podem chegar ao fim no sábado. O líder da Câmara dos Representantes enfrenta agora forte oposição da ala radical do Partido Republicano, que ameaça removê-lo do cargo.

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O pacote de ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia e a Israel vai ser votado pela Câmara dos Representantes no próximo sábado. O líder da câmara baixa do Congresso anunciou, esta quarta-feira, o fim de um bloqueio que começou em outubro de 2023, e o Presidente Joe Biden assegurou imediatamente a promulgação da legislação.

Mike Johnson, líder da Câmara dos Representantes, tem estado sob pressão da ala radical dos Republicanos para não pôr nenhuma ajuda à Ucrânia em votação - ou arrisca ter o mesmo destino de Kevin McCarthy e ser removido do cargo. Ao mesmo tempo, lida com a ala do partido favorável aos gastos em segurança e defesa - que quer ajudar a Ucrânia a defender-se da invasão da Rússia.

O pacto que agora vai avançar é semelhante à lei de ajuda externa à Ucrânia, Israel, Taiwan e outros aliados dos EUA que o Senado aprovou há dois meses, no valor de 95 mil milhões de dólares.

Joe Biden não perdeu tempo, e declarou logo o apoio às medidas. "A Câmara tem de aprovar o pacote esta semana, e o Senado deve seguir-se rapidamente. Vou promulgar isto imediatamente para enviar uma mensagem ao mundo: Estamos com os nossos amigos, e não vamos deixar o Irão ou a Rússia ter sucesso", anunciou o Presidente dos EUA, num comunicado da Casa Branca.

Em outubro, a administração liderada por Joe Biden pediu ao Congresso que aprovasse um pacote de ajuda militar de praticamente 100 mil milhões de dólares para a Ucrânia, Israel e Taiwan. A ala radical do Partido Republicano, leal a Donald Trump, rapidamente fez saber que se opunha - e desde aí que a Ucrânia tem publicamente implorado por mais apoios, alertando para a falta de meios para combater a Rússia.

Pacote dividido e com reembolso aos EUA

Apesar das semelhanças com o que o Senado aprovou, o apoio vai ser agora dividido em quatro leis: 60 mil milhões de dólares em ajuda para Kiev, 26 mil milhões para Israel e, segundo o "The New York Times", ajuda humanitária em zonas de conflito - incluindo a Faixa de Gaza -, e 8 mil milhões para a região do Indo-Pacífico. A quarta lei torna o apoio à Ucrânia num empréstimo e inclui uma medida que pode levar a uma proibição do TikTok no território dos EUA.

Dentro destas propostas estão cerca de 14 mil milhões de euros para "reembolsar" as forças armadas dos Estados Unidos por operações nas diferentes regiões.

As propostas agora entregues são um exercício de compromisso para unir os votos dos Republicanos favoráveis à ajuda externa aos Democratas. Se as quatro propostas forem aprovadas, são unidas num único texto para o Senado aprovar.

Mike Johnson anunciou a intenção de avançar com o pacote de ajuda na segunda-feira, e tem reunido com vários Republicanos que o tentaram convencer a abandonar o plano e adotar propostas que não incluem ajuda para a Ucrânia. Uma barreira no caminho são prováveis moções de Republicanos para bloquear a votação, que procuravam ligar condições a este apoio financeiro - como medidas relacionadas com a fronteira sul dos EUA, segundo aponta a "NBC News".

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