A+ / A-

Espanha dividida já vota entre Sánchez e Feijóo

23 jul, 2023 - 08:55 • Tomás Anjinho Chagas (enviado especial a Madrid)

Urnas abriram e já se vota no país vizinho. Pedro Sánchez já votou e diz sentir "boas vibrações". Altura do ano em que decorrem as eleições motiva críticas: “É uma vergonha, vai certamente aumentar a abstenção”.

A+ / A-
Oiça aqui a reportagem da Renascença às 9h em Madrid, junto às urnas
Oiça aqui a reportagem da Renascença às 9h em Madrid, junto às urnas

Desde as 9h00 horas portuguesas que estão abertas as urnas em Espanha. Há quase 37 milhões e meio de eleitores recenseados, que se vão distribuir pelos mais de dois mil colégios eleitorais espalhados por todo o país.

Quem já votou esta manhã em Madrid, foi Pedro Sánchez. O atual presidente do Governo está expectante e em declarações aos jornalistas afirmou depositar a confiança nas escolhas dos espanhóis e apelou à participação.

Esta é a primeira vez que se realizam legislativas em Espanha nesta altura do ano, depois de Pedro Sánchez ter antecipado a ida às urnas.

“Esta data é incompreensível. É uma autêntica vergonha que se manipule assim as pessoas”, desabafou Miguel Angel, um eleitor espanhol, em declarações à Renascença.

À porta do ministério da Educação espanhol, e já depois de ter exercido o direito ao voto, este eleitor considera que a abstenção “vai aumentar claramente” e que a campanha foi “muito pobre”.

O ambiente às 9h00 era tranquilo junto a este colégio eleitoral, com a presença de vários meios de comunicação social e um forte dispositivo policial. Há membros da Guarda Civil espanhola à porta e têm metralhadoras a tiracolo. O país já sofreu vários ataques terroristas, o que explica o cuidado redobrado das autoridades espanholas.

O que dizem os jornais espanhóis?

Esta ida às urnas são um teste de fogo ao presidente do Governo espanhol. O jornal ABC fala num “Plebiscito sobre o sanchismo” e diz que hoje Espanha escolhe entre mudar o modelo ou continuar com uma coligação de esquerda. A primeira página traz um retrato dos dois principais candidatos - Pedro Sanchéz e Alberto Nuñez Feijóo.
O jornal El País tem como manchete que “Espanha vota em vertigem”, lembrando que a direita está à frente nas sondagens, mas que a esquerda acredita na “remontada”.

A primeira capa do El Mundo fala num país que vai escolher entre Sánchez e os seus parceiros ou uma mudança política.

Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977, e estão chamados a votar 37.469.142 eleitores, para escolherem 350 deputados e 208 senadores.

As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.

Há dezenas de listas candidatas, muitas de partidos de âmbito regional e local, num espelho da diversidade de Espanha, mas só quatro partidos apresentaram listas de âmbito nacional e têm pretensão de chegar ao Governo: Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Partido Popular (PP, direita), Somar (extrema-esquerda) e VOX (extrema-direita).

O Governo atual é uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos, constituída por partidos que agora se juntaram a uma nova 'marca', o Somar, que integra 15 formações e é considerada a maior aliança de esquerda que já houve em Espanha.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anónimo
    23 jul, 2023 Lisboa 18:38
    Feijó? Desde quando é que um espanhol se chama assim?

Destaques V+