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Quais são as ameaças de um escalar da guerra na Ucrânia?

30 mai, 2023 - 19:10 • Pedro Mesquita

O Kremlin responsabiliza a Ucrânia por este ataque e diz que foi a resposta de Zelensky aos ataques russos a Kiev - também com drones - ao longo das últimas noites.

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O Explicador Renascença desta tarde falamos da ameaça de escalada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Esta terça-feira, a capital russa foi alvo de um ataque com drones.

Em dias anteriores, tinha sido Kiev a ser alvo de ataques por forças da Rússia.

Há vítimas no ataque em Moscovo?

Ao quer tudo indica não, nem feridos graves, segundo dados divulgados pelo presidente da Câmara de Moscovo.

Algumas fontes russas apontam para a existência de pelo menos dois feridos. Mas ainda assim, o ataque resultou em alguns danos materiais, na estrutura dos edificios atingidos.

E a imprensa russa acrescenta que, durante o ataque, um prédio na zona sul de Moscovo teve de ser evacuado.

Quantos drones estamos a falar?

De acordo com o Kremlin, o ataque terá envolvido oito drones.

A agência de notícias Reuters diz que terão sido entre quatro a 10.

Quem é o responsável pelo ataque?

Quanto à origem deste ataque, as versões de Moscovo e Kiev são divergentes.

O Kremlin responsabiliza a Ucrânia por este ataque e diz que foi a resposta de Zelensky aos ataques russos a Kiev - também com drones - ao longo das últimas noites.

Foi isto que Vladimir Putin foi à televisão dizer, acusando a Ucrânia de tentar "amedrontar" a população russa. Putin também garantiu que as defesas anti-aéreas de Moscovo "funcionaram normalmente, de forma satisfatória". Seja como for, Putin admitiu - e parece-me relevante - que em matéria de defesa "há ainda trabalho a fazer".

Já o governo da Ucrânia desmente, por completo, qualquer responsabilidade neste ataque com drones, em Moscovo.

É fácil descobrir quem está por trás do ataque?

Não é fácil perceber, desde logo, porque não existe uma imprensa livre na Russia. Não existe uma informação independente.

À BBC, a especialista Natia Seskuria lembra que Zelensky prometeu ao Ocidente que não usaria as armas que lhe foram fornecidas em território russo e acredita que a Ucrânia irá cumprir o seu compromisso, enquanto o Ocidente apoiar o esforço defensivo de Kiev.

Ou seja, esta especialista admite que não terá sido a Ucrânia e este ataque até pode ter partido do interior da própria Rússia.

Consta que Putin não tem hoje tantos amigos como já teve.

Até que ponto este episódio é um embaraço interno para Putin?

Existe alguma vulnerabilidade, difícil de explicar pelo presidente russo à população.

Alguns analistas sugerem que o ataque desta terça-feira com drones a Moscovo vai causar mais danos políticos do que materiais.

Até agora, sobretudo por causa da propaganda do Kremlin, a maioria dos russos não se sentia insegura.

A questão é que o sobressalto em Moscovo não pode ser escondido, porque já teve alguma dimensão.

Veremos é como Putin reage no plano interno e numa possível nova vaga de ataques na Ucrânia.

Comentários
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  • Cidadao
    31 mai, 2023 Lisboa 08:42
    Exceto atacar a Ucrânia com armas nucleares, não estou a ver que mais pode fazer a Rússia. Ameaças de usar o nuclear, andamos a ouvi-las praticamente todos os dias e já ninguém liga, até porque sabem que podíamos fazer o mesmo à Rússia. Bombardeiam a Ucrânia dia e noite, mas as defesas anti-aéreas ucranianas mostram-se sólidas - se a Ucrânia tivesse esta defesa anti-aérea desde o 1.º dia de invasão... - mobilizaram mais ou menos à força, 300 000 soldados para uma ofensiva de Inverno que todos, incluindo os russos, percebem que foi um falhanço, há combates ferozes dia e noite em todas as regiões ditas "anexadas" pela Rússia e os fantoches que a Rússia pôs a mandar vivem com o credo na boca que podem ir pelos ares a qualquer instante, Moscovo e o território russo começam finalmente a ser atacados pela Ucrânia e o apoio Ocidental não dá mostras de abrandar. Que resta aos russos senão a opção nuclear, pois todas as outras falharam? Mas aí, é que perdiam tudo: a China e a Índia batiam com a porta, a Ucrânia receberia tropas NATO para defender o resto do território, o que significava ficar fora de alcance da Rússia, e se a radiação atingisse um País NATO, o art.º 5ª seria invocado e a NATO e a Rússia entravam em guerra. Putin sabe isto, e é só por isso que não houve já esse ataque nuclear.

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