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Queda de bancos. Sistema financeiro dos EUA tem “forte capacidade para absorver perdas”

13 mar, 2023 - 14:56 • Sandra Afonso

Agência de notação financeira DBRS Morningstar​ lembra que o Silicon Valley Bank tinha um "modelo de negócios altamente especializado" e admite uma "resposta rápida da banca".

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A agência de notação financeira DBRS Morningstar acredita que o sistema financeiro norte americano tem "suficiente liquidez" e "financiamento e capital estáveis" para enfrentar a queda do Silicon Valley Bank (SVB).

Em nota publicada esta segunda feira, lembra que os balanços estão acima dos níveis pré-pandemia e que os problemas levantados pela súbita falência do SVB “são específicos dessa instituição, dado o seu modelo de negócios altamente especializado”.

A agência admite uma resposta rápida da banca, "na sequência da rápida subida das taxas de juro”, algumas instituições financeiras poderão “reposicionar as suas carteiras de títulos, vendendo aqueles com menor rendimento e reinvestindo os recursos em ativos de maior rendimento, registando perdas". Ainda assim, os bancos "são capazes de absorver essas perdas com os respetivos lucros e fortes amortecedores de capital".

Destaque ainda para o “financiamento sólido de depósitos, que se mantêm superiores aos níveis pré-pandemia, com um rácio crédito/depósitos de 69% em 2022, ainda acima dos 76% de 2019".

A agência rating sublinha ainda que as fontes de financiamento da maioria dos bancos são “bastante diversificadas e com maturidades da dívida bem escalonadas".

Desde 2020 que um banco não se assistia à falência de um banco nos Estados Unidos. Esta é ainda a maior falência desde a crise de 2008-2009, que ficou conhecida por suprime.

Resgate britânico sem impacto no HSBC

O colapso do Silicon Valley Bank já levou à intervenção dos reguladores dos EUA, no fim de semana, num segundo banco - o Signature Bank.

Esta manhã o HSBC, o maior banco europeu, comprou a filial do SVB no Reino Unido, por uma libra. Um resgate privado, facilitado pelo Governo britânico e pelo Banco de Inglaterra, segundo anunciou o executivo britânico.

Numa segunda nota, a agência de notação considera que esta operação “não terá impacto no longo prazo” nas contas do HSBC, dada a dimensão da subsidiária, face ao grupo bancário inglês.

Por outro lado, com esta aquisição o banco reforça a sua presença em “áreas de nicho como as strartup tecnológicas, que têm um forte potencial de crescimento no país.”

Ao início da tarde o presidente norte americano, Joe Biden, garantiu numa comunicação ao país que o sistema bancário “está seguro”, os depósitos “estão disponíveis” e “nenhuma perda será suportada pelos contribuintes”.

O Banco Central Europeu ainda não reagiu à queda dos dois bancos, devendo fazê-lo esta quinta-feira, dia 16 de março, após a habitual reunião de governadores.

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