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Turismo na fronteira com uma guerra. Polónia "é segura e podem visitar-nos"

05 mar, 2023 - 13:33 • Ana Carrilho

A representante do turismo polaco na Bolsa de Turismo de Lisboa garante que, apesar de estar próximo da guerra, "o país é seguro e tudo funciona normalmente".

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A Polónia faz fronteira com a Ucrânia e foi o país que mais refugiados recebeu nos primeiros meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Situação que acabou por ter impacto na vida económica e social do país. E também no turismo, atividade em crescimento nos últimos anos antes da pandemia e da guerra.

Um ano depois do conflito sem final à vista, a vida retomou a normalidade e o Turismo da Polónia veio à BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa – para dizer aos portugueses que podem viajar para o país porque é seguro e tudo funciona normalmente.

Encontrar o stand da Polónia na BTL não foi fácil. A contrastar com a presença na edição de 2022, exuberante, de cores vivas, cheio de gente e com múltiplas iniciativas num stand de grandes dimensões instalado bem no centro do Pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (dedicado às representações internacionais), encontrámos este ano uma pequena banca com alguns folhetos e chocolates polacos. Atrás, um placad com imagens de Varsóvia, eleita Melhor Destino Europeu de 2023. Paula Gwadera, responsável de comunicação e marketing do Turismo da Polónia para Espanha e Portugal é a única representante.

Quando a BTL de 2022 aconteceu, a invasão da Ucrânia tinha ocorrido há poucos dias e apesar de centenas de milhar de pessoas – especialmente mulheres e crianças – já terem atravessado a fronteira com a Polónia, ainda existia a esperança que tudo se resolvesse rapidamente. Nessa altura, a Diretora do Turismo da Polónia, Agata Witoslawska garantia à Renascença que a prioridade era ajudar e cuidar dos refugiados. Depois, logo se pensaria no turismo.

Na verdade, o conflito teve um impacto muito forte no turismo da Polónia, admitiu Paula Gwadera. Embora sem apresentar números concretos, refere que houve uma quebra significativa em relação a 2021, ano em que se iniciava a recuperação depois da pandemia.

"Podem vir à Polónia, tudo funciona normalmente"

“As pessoas de países mais longe da zona de conflito como Portugal – não se sentem suficientemente confortáveis e seguras para viajar. Mas podemos garantir que o país é seguro e tudo funciona normalmente.”

A representante do turismo polaco na BTL admite que os primeiros meses de conflito, com a chegada de milhões de refugiados ucranianos, foram muito complicados. “Mas agora estão perfeitamente integrados na comunidade, trabalham, estudam, vivem com família, amigos ou arranjaram o seu próprio alojamento. A situação é de completa normalidade nas cidades polacas e também para fazer turismo. Está tudo organizado, pode andar-se à vontade e nem se nota que se passa alguma coisa na Ucrânia.”

Apesar da presença muito discreta na BTL, Paula Gwadera garante que a sua missão é mostrar aos operadores, agências de viagens e cidadãos que é seguro viajar para a Polónia. O fim-de-semana – em que a BTL é especialmente dedicada ao público – é marcado por algumas iniciativas com a presença de pessoas que já fizeram turismo no país nos últimos meses e que podem atestar a segurança e normalidade que se vive.

“Os viajantes individuais estão mais abertos a viajar e esperemos que os grupos regressem em breve porque são muito importantes para nós.”

A religião, para muitos turistas, ainda é a primeira e grande motivação para visitar a Polónia, país que tem cerca de 200 santuários. Wadowice, cidade natal de S.João Paulo II, ou Cracóvia, onde estudou e viveu, são pontos obrigatórios. Assim como o Mosteiro de Czestochowa, onde está a imagem da Virgem Negra e que recebe milhões de peregrinos todos os anos.

A representante do Turismo da Polónia na BTL diz que há 20 anos, o que levava os portugueses ao país era o turismo religioso. Mas hoje já não é assim e há muitos outros motivos de interesse turístico. E lembra que a capital Varsóvia foi eleita Destino Europeu de 2023.

O mercado português ainda tem um a importância limitada. No entanto, a entidade de turismo polaco quer investir mais em Portugal e estreitar relações com operadores e agências de viagens. Mas para já, a promoção está a ser feita, sobretudo, online.

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