Guerra da Ucrânia. Autoridades europeias abrem caça aos superiates dos oligarcas russos

As autoridades francesas apreenderam quatro cargueiros e um iate de luxo ligados a oligarcas russos, numa altura em que os Estados Unidos e outros governos aumentaram as sanções contra a elite russa em resultado da invasão da Ucrânia por Moscovo.

As autoridades alfandegárias francesas apreenderam o iate do dono da Rosneft, Igor Sechin, que está nas listas de sanções dos EUA e da UE, antes de este tentar fugir de um porto da Riviera Francesa, disse o ministro das Finanças francês.

Pelo menos cinco outros superiates pertencentes a bilionários russos estão ancorados ou navegando nas Maldivas, uma nação insular do Oceano Índico sem tratado de extradição com os Estados Unidos, segundo os dados de rastreamento de navios.

Washington, a União Europeia e outros estados disseram que vão ter como alvo os ativos de oligarcas que acumularam fortunas e influência política sob o presidente russo, Vladimir Putin.

Num comunicado, a Rosneft recusou-se a comentar as ações das autoridades francesas, afirmando que Sechin não sabia que qualquer empresa ligada a ele possuía o iate.

Na quinta-feira, os Estados Unidos impuseram sanções de bloqueio total a outros oito oligarcas e pessoas próximas, bem como a algumas das suas empresas e familiares, pela invasão, que Putin chamou de "operação especial" na Ucrânia.

"Queremos que ele (Putin) sinta o aperto, queremos que as pessoas em seu redor sintam o aperto", disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki aos repórteres.

As autoridades francesas disseream que até 510 pessoas podem estar sujeitas a congelamento de bens no país.

Na Alemanha, um iate de luxo que vale quase 600 milhões de dólares, propriedade do bilionário russo Alisher Usmanov, também na lista de sanções da UE, estava parado num estaleiro de Hamburgo.

Um porta-voz da autoridade económica de Hamburgo disse que não há planos para que o iate seja entregue ao proprietário, sem fornecer mais detalhes.

Paraíso nas Maldivas

Enquanto isso, pelo menos cinco superiates de bilionários russos parecem ter encontrado refúgio temporário nas Maldivas, um destino de férias de luxo.

O superiate Clio, propriedade de Oleg Deripaska, fundador da gigante do alumínio Rusal, que foi sancionada pelos Estados Unidos em 2018, foi ancorado na capital Male na quarta-feira, segundo o banco de dados MarineTraffic.

O Titan, de propriedade de Alexander Abramov, cofundador da produtora de aço russa Evraz, chegou na segunda-feira.

Mais três iates de oligarcas russos foram vistos a navegar nas águas das Maldivas na quarta-feira. Incluíam o Nirvana de 88 metros (288 pés) de propriedade do homem mais rico da Rússia, Vladimir Potanin.