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Covid-19. UE admite não renovar contrato com AstraZeneca

18 abr, 2021 - 21:41 • Redação com Lusa

Incumprimento dos prazos de entrega pela farmacêutica, e não problemas com a vacina em si, na base da eventual decisão.

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O comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, admitiu, este domingo, que a União Europeia (UE) pode não renovar o contrato para a aquisição da vacina da AstraZeneca, alegando o incumprimento dos prazos de entrega por parte da farmacêutica anglo-sueca.

"A minha prioridade, como responsável das vacinas, é que aqueles com quem assinamos um contrato façam as entregas no prazo", disse o comissário numa entrevista ao canal francês BFM TV, citada pela EFE.

A UE tinha assinado um contrato com a AstraZeneca para a disponibilização de 120 milhões de doses no primeiro trimestre e de 180 milhões no segundo nos Estados-membro. Thierry Breton lamentou só tenham sido entregues cerca de 30 milhões entre janeiro e março: "Isso criou problemas. Nada é definitivo, continuaremos as negociações."

O comissário francês assegurou que a eventual não renovação do contrato, que termina a 30 de junho, se deve à questão dos prazos e das condições estipuladas e não a problemas com a vacina em si, como foi adiantado, inicialmente, pelo jornal italiano "La Stampa".

"Olhando para os números, vemos que os benefícios da vacina AstraZeneca são muito maiores do que o risco", Thierry Breton.

Campanha de vacinação atribulada

A campanha de vacinação da UE tem sido marcada por atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e pelos efeitos secundários do seu fármaco. Foi confirmada a ligação da administração da vacina a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.

A 8 de abril, as autoridades de saúde portuguesas recomendaram a administração da vacina da AstraZeneca em pessoas acima dos 60 anos de idade. Aconteceu depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter indicado uma "possível ligação" entre este fármaco e "casos muito raros" de formação de coágulos sanguíneo, apesar de ressalvar que as vantagens são maiores do que os riscos de reações adversas.

A ministra da Saúde sublinhou, na semana passada, que o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos "é absolutamente raro na toma da vacina da Astra Zeneca" e que os benefícios são maiores que os riscos.

"Não utilizar a vacina significa deixar de vacinar mais de dois milhões de pessoas acima dos 60 anos", sublinhou Marta Temido.

A União Europeia atingiu esta semana as 100 milhões de doses de vacinas administradas contra a covid-19 pelos países europeus, num total de mais de 126 milhões de doses recebidas, equivalendo a 7,5% dos adultos europeus totalmente inoculados.

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