16 dez, 2016 - 11:14
"Quando despertei, pensei que estava num sonho". O relato é do único jornalista sobrevivente à queda do avião da LaMia, na Colômbia, que transportava a equipa brasileira do Chapecoense.
"A minha última recordação é de poucos minutos antes da colisão. Estávamos a conversar naturalmente e a falar tranquilamente até que as luzes se apagaram e os motores se desligaram. Os motores desligaram-se devido à falta de combustível e, automaticamente, todas as luzes se apagaram. Não houve confusão, não houve desespero, nada", descreveu Rafael Henzel à rádio espanhola Cadena Cope.
O brasileiro acordou cerca de duas horas depois da queda, já com as equipas de socorro no local. Partiu sete costelas e continua a recuperar.
"Não houve nenhum aviso para que nos preparássemos para uma colisão ou queda. O avião, assim que se apagaram as luzes, demorou entre dois a cinco minutos - no máximo - a bater na montanha", recorda.
Rafael Henzel disse à rádio espanhola que o facto de existirem várias árvores no local da colisão ajudou a amortecer a queda. Nesta conversa revela não ter “medo de voltar a andar de avião”, mas confessa que aquilo que viu foi um “pesadelo”.
O acidente ocorreu no dia 28 de Novembro, matando 71 das 78 pessoas que seguiam a bordo, incluindo a quase totalidade da equipa da Chapecoense, que se deslocava para a Colômbia para disputar a primeira mão da final da Taça Sul Americana. Sobreviveram apenas seis pessoas.
As causas do acidente estão a ser investigadas, mas a informação já recolhida das caixas negras aponta para falha eléctrica total e falta de combustível. O director-geral da companhia LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, foi detido na sequência do desastre aéreo.
A companhia aérea LaMia vai pagar 114 mil euros aos sobreviventes e familiares das vítimas do acidente que envolveu a equipa brasileira da Chapecoense. A empresa boliviana aguarda a devolução de documentos por parte do governo local para seguir com o processo.