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2022

Receitas do turismo podem ser ainda melhores do que antes da pandemia, admite ministro

26 mai, 2022 - 00:42 • Ana Carrilho

António Costa Silva está confiante na recuperação do turismo. Inflação vai reduzir poder de compra e portugueses podem optar por Portugal, como aconteceu na pandemia.

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As previsões do Banco de Portugal apontam para uma receita de 16 mil milhões de euros neste ano turístico. Mas a boa recuperação que o setor já está a sentir, com uma boa ocupação na Páscoa e muitas reservas para o verão, aumentam o otimismo, inclusive do ministro da Economia e do Mar.

Numa conversa com o dean da NOVA SBE, Daniel Traça, no âmbito da Conferência e Prémios aos lideres do Turismo, organizada em conjunto com o jornal digital Tnews, António Costa Silva disse acreditar que este ano “vamos avançar muito mais e atingir 18 ou 19 mil milhões de euros (receita de 2019) ou mais. O objetivo é trabalhar para atingir os 27 mil milhões de euros de receita turística em 2027, conforme está definido no nosso plano”.

Para o ministro da Economia, é óbvio que a inflação vai provocar perda de poder de compra. Mas, na sua opinião, isso pode levar a reconfiguração da oferta turística e estimular o mercado interno, tal como aconteceu durante a pandemia. “As pessoas, provavelmente, não vão para mais longe”. Por outro lado, será uma forma de o turismo funcionar durante todo o ano.

Quanto ao turismo externo, a aposta na qualidade, diversidade, autenticidade, sustentabilidade, na segurança e “o receber bem” que caracteriza o povo português, “pode ser uma resposta interessante”.

Relativamente ao eventual impacto da guerra na Ucrânia sobre o turismo nacional, António Costa Silva considera que até pode ser positivo. “Estamos numa posição geográfica que atrai, no cruzamento de três continentes e afastados do conflito”. Mas para o ministro é certo que estamos a viver uma nova era geopolítica e que a União Europeia tem de a enfrentar. “Durante anos andámos a ignorar as questões da geopolítica e da defesa e agora estamos confrontados com elas”.

"Setor pujante e sustentável"

Questionado sobre a sua visão quanto ao futuro do turismo português, o Ministro da Economia não hesitou em responder que vê “um setor muito adaptado aos tempos modernos, temos de ser líderes no turismo sustentável”. E com uma oferta muito diversificada, por exemplo, cultural, de saúde, sol e praia, de eventos, entre outras. E muito turismo de natureza porque “as pessoas estão muito preocupadas com a crise climática. Para Costa Silva, “o turismo está a dar um excelente exemplo porque está a integrar esta componente da sustentabilidade na sua atividade”.

“Um setor muito pujante, líder na sustentabilidade no mundo”, resumiu o governante, sem esquecer o alerta para a grande concorrência, embora confiante no potencial que Portugal tem para crescer”.

Sobre uma das grandes dificuldades que os diversos agentes do setor do turismo têm referido sucessivamente – a falta de recursos humanos e a necessidade de recorrer à imigração – o Ministro da Economia afirmou que “a abertura do governo é total”. Já há acordos de mobilidade com Marrocos, o acordo no âmbito da CPLP está a ser regulamentado e com a India “é que ainda está a patinar, espero que avance rapidamente”. O ministro não esqueceu a oportunidade de atrair também os chamados nómadas digitais e enfatizou a escolha que muitos já estão a fazer, por exemplo, da Madeira.

A 1.ª edição dos Prémios da Tnews distinguiu 15 líderes do turismo nacional, nomeadamente dos principais grupos hoteleiros, associações setoriais e organismos públicos ou privados. A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques foi uma das premiadas. António Marto, presidente da Associação Fórum Turismo foi considerado “jovem líder do turismo” e André Jordan, conhecido como o “pai do turismo português” recebeu o Prémio Excelência.

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