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Catarina Martins pede soluções de maioria que "afastem a direita do Governo"

24 jan, 2022 - 13:34 • Lusa

António Costa deixou esta segunda-feira, em entrevista à Renascença, porta aberta a conversações com todos os partidos, à exceção do Chega.

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A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu hoje que a esquerda tem a responsabilidade de construir soluções de maioria que "afastem a direita do Governo", considerando que a campanha eleitoral não terá nenhum interesse se for sobre provocações.

Na Feira de Espinho, no distrito de Aveiro, paragem habitual da caravana do BE em todas as campanhas eleitorais, Catarina Martins ouviu muitas palavras de apoio, recebeu muitos abraços e promessas de votos, mas também ouviu queixas pelo chumbo do Orçamento do Estado e pela falta de entendimento à esquerda.

Um dia depois de ter convidado o líder do PS, António Costa, para uma reunião no dia seguinte às eleições para um acordo de legislatura, a coordenadora do BE insistiu, em declarações aos jornalistas, na responsabilidade de construir e desbloquear soluções, avisando que a direita se apresenta com uma "proposta de privatizar pensões" porque "representa as grandes seguradoras e não os pensionistas portugueses".

"É por isso que nós temos a responsabilidade de acabar com os cortes injustos nas pensões, sim, e de construir soluções que afastem a direita do Governo porque privatizar as pensões não melhorará a vida de ninguém", apelou, garantindo que "o Bloco de Esquerda assume a sua responsabilidade e o seu mandato por inteiro".

Entrevista a António Costa. Falar com (quase) todos os partidos e o que separa PS e PSD
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Confrontada com as declarações de domingo de António Costa, que considerou que BE deve pedir desculpa por ter rompido a unidade de esquerda e recusou receber lições de Catarina Martins, a líder do BE disse que "o que interessa é o que as pessoas escolhem com o seu voto", sendo essa "a única resposta que interessa".

Perante a insistência dos jornalistas, Catarina Martins manteve a tónica e evitou a hostilização, considerando que "se esta campanha for sobre respostas mais ou menos vazias uns aos outros ou provocações não tem nenhum interesse".

"O que é que tem interesse? É construirmos soluções. A nossa responsabilidade é ter medidas concretas e ao mesmo tempo ter a capacidade de fazer as pontes para criar soluções de maioria que afastam a direita do Governo e impedem um projeto de privatização da Segurança Social", insistiu, afirmando que "o que vale são os votos", independentemente do que se diga durante a campanha.

A líder bloquista defendeu que "cada partido dirá o que entende" e que só fala pelo BE, reiterando que a responsabilidade nestas eleições é "derrotar a direita que tem um projeto privatizador do país que é um perigo".

"A nossa responsabilidade também é criar as maiorias que afastem a direita e criem um governo com estabilidade que respeita quem trabalha. O BE já provou que é capaz de o fazer e é força de cada um, será o voto de cada um que vai construir as soluções para o dia seguinte", apelou, considerando que "as pessoas não podem mais com anúncios do que nunca é concretizado e precisam de respostas agora para a sua vida".

Questionada sobre o que faria o BE se António Costa apresentasse o mesmo orçamento depois das eleições, Catarina Martins optou por responder também com perguntas

"E se as pessoas forem votar e com o seu voto disserem que não aceitam que haja orçamento sobre orçamento com promessas de apoios que não chegam a ninguém? E se as pessoas forem votar e exigirem uma solução para o país que derrota a direita e responda a quem trabalha? E se as pessoas forem votar, eu sei, que se o BE for a terceira força cá estaremos para uma solução de estabilidade que respeita os salários, que respeita as pensões e que constrói o dia seguinte com o que é que fundamental neste país", elencou.

António Costa deixou esta segunda-feira, em entrevista à Renascença, porta aberta a conversações com todos os partidos, à exceção do Chega. Catarina Martins, que no dia anterior tinha convidado o líder socialista para uma reunião depois das eleições, disse que ainda não ouviu a entrevista de António Costa, remetendo uma reação para mais tarde.

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