“Queremos que a Póvoa do Varzim seja reconhecida como uma cidade literária. Penso que temos tudo para isso”, afirma Luis Diamantino. O Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim onde hoje chega ao fim a edição numero dezanove do Festival Correntes d'Escritas está confiante. Este responsável pelo festival literário que este ano reuniu mais de oitenta escritores explica que a autarquia está a preparar o dossier de candidatura.

Em defesa da candidatura, o vereador Luis Diamantino diz que “não são só as Correntes d'Escritas”. O autarca inúmera todo o trabalho feito ao longo dos últimos anos na Póvoa de Varzim, “antes das Correntes d'Escritas existia um trabalho muito alicerçado da Biblioteca Municipal que promoveu o livro e a leitura”. Diamantino gaba-se também do “corpo editorial” da autarquia que lança anualmente livros sobre a Póvoa de Varzim. Essa “Biblioteca poveira chama-se Na Linha do Horizonte”.

Para esta candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, a autarquia conta com o apoio público do atual Ministro da Cultura, o poeta Luis Filipe Castro Mendes e do Presidente da República que em 2017 fez a sessão inaugural deste festival que junta escritores de línguas ibéricas. Em 2019, o Festival Correntes d'Escritas completa vinte anos e quer comemorar a ocasião com essa marca de Cidade Literária atribuída pela UNESCO, titulo já detido por Óbidos, que organiza o Festival Literário Fólio.

Na hora de fecho e balanço da edição deste ano das Correntes d'Escritas, o vereador da Cultura assume o desafio deixado pelo autarca da Póvoa na sessão de abertura de em 2019 inovarem. “Está a ser feita uma tese de mestrado aqui com um questionário que está a ser distribuído a todos os que nos visitaram. No final do inquérito, há uma pergunta e que questiona “o que gostaria de ver no futuro nas Correntes d'Escritas?”, ora isso, diz Luis Diamantino pode ser uma base de trabalho para a próxima edição. Mas a autarquia tem também as suas ideias para já em segredo e onde a cada ano se tentam reinventar.

Olhando para o Festival de 2018 onde participaram nomes nacionais e internacionais como Luis Sepúlveda, Eric Nepumoceno, Afonso Cruz, João Tordo, Inês Pedrosa, Daniel Jonas, Ana Luísa Amaral entre outros, o vereador da cultura não poupa elogios. “Falou-se aqui nas mesas do politicamente correto e imparcialidade. Confesso que não sou politicamente correto ou imparcial. Para mim este é só o maior e o melhor encontro de escritores da Península Ibérica.”

Declarações feitas à margem da sessão de encerramento onde o Cine-Teatro Garrett encheu-se de público, onde as cadeiras não chegaram. Havia gente pelas escadas, nos corredores de pé. Todos quiseram ouvir a mesa que juntou os autores Luis Sepúlveda, Alicia Koft, Onésimo Teotónio Almeida e os poetas Daniel Jonas e José Luiz Tavares.