O Papa Francisco deu continuidade às catequeses sobre a Carta aos Gálatas, alertando para “as diferenças e os contrastes que criam separação” e que “não deveriam existir entre os fiéis em Cristo”.

“Pelo contrário, a nossa vocação é tornar concreto e evidente o chamamento à unidade de toda a raça humana”, disse.

Segundo o Papa, os cristãos dão por certa esta realidade de ser filhos de Deus, mas “é bom recordar sempre com gratidão o momento em que nos tornamos tais, o do nosso batismo, para viver com maior consciência o grande dom recebido.”

Como já fez em inúmeras ocasiões, Francisco reforçou a importância de saber a data do batismo e recordar essa data todos os anos.

“Se hoje eu perguntasse quem de vocês sabe a data do batismo, creio que poucos levantariam a mão”, brincou Francisco, recomendando que os fiéis celebrem esta memória.

Depois, Francisco lembrou que nas suas Cartas, São Paulo refere-se várias vezes ao batismo, e explicou que, para o apóstolo, “ser batizado equivale a participar de modo efetivo e real no mistério de Jesus. Portanto, não é apenas um rito externo. Aqueles que o recebem são transformados nas profundezas do seu ser, no seu íntimo, e possuem uma nova existência, precisamente a vida que lhes permite dirigir-se a Deus e invocá-lo com o nome de “Aba, pai”.

Francisco define como audaciosas, chocantes e revolucionárias as afirmações do apóstolo na época, pois, através do batismo, a filiação divina prevalece sobre as diferenças culturais, sociais e religiosas: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher".

Sobre estes conceitos, o Papa afirmou com pesar que, no caso da escravidão, esta existe ainda hoje: “Milhões de pessoas sem direito a comer, à educação, ao trabalho. São os novos escravos, que estão na periferia, explorados por todos. Ainda hoje existe a escravidão, pensemos nisto”, pediu.

O Papa referiu-se ainda à diferença entre o masculino e o feminino e condenou expressões de desprezo ao género feminino. “Homem e mulher têm a mesma dignidade. E existe na história de hoje uma escravidão das mulheres, as mulheres não tem as mesmas oportunidades que os homens”, denunciou.