Um homem do Concílio do Vaticano II, da comunicação social, prudente, reservado, com visão de futuro e que sabia dialogar com todos. São muitos os testemunhos dos que conheceram de perto D. António Ribeiro. No dia em que passam 50 anos sobre a sua nomeação como patriarca de Lisboa, o jovem de 42 anos que viria a tornar-se no mais novo cardeal português é recordado pelo legado que deixou à Igreja portuguesa.

Assumiu a sucessão do cardeal Cerejeira e enfrentou vários momentos desafiantes da História de Portugal – desde logo, a crise dos seminários, o 25 de Abril e a transição para a democracia. A tudo respondeu sempre com firmeza, de forma determinada, ao mesmo tempo que fez um trabalho estruturante para a Igreja.

O padre que se doutorou em Roma e que seguiu sempre os ensinamentos do Concílio do Vaticano II viu o regime de Salazar suspender-lhe um programa de televisão. Já como cardeal patriarca, enfrentou a ocupação da Rádio Renascença e o cerco ao patriarcado.

Dele, os testemunhos recolhidos pela Renascença dão conta de um homem de diálogo que ouvia todos, Partido Comunista incluído, e que nunca deixou um postal de Natal dos seus diocesanos por responder pelo seu punho.

D. António Ribeiro foi também alguém com “visão de futuro”, lembra o seu sucessor, o cardeal patriarca D. Manuel Clemente.

“O legado de D. António Ribeiro” é a reportagem que pode ouvir em antena, às 13h00 desta segunda-feira, dia 10 de maio, ou neste texto, no som associado à fotografia.