No próximo dia 3 de maio, o Papa preside ao consistório ordinário para a canonização do religioso francês Charles de Foucauld, eremita no deserto do Saara e pioneiro do diálogo com outras culturas e religiões.

Assassinado em 1916, em Tamanrasset, na Argélia, foi beatificado em Roma por Bento XVI, a 13 de novembro de 2005. A data da canonização poderá vir a ser revelada neste próximo consistório presidido por Francisco.

Após uma vida atribulada e boémia, Charles Foucauld converteu-se na idade adulta e ingressou na vida religiosa, vivendo de forma radical, como trapista. Em 1901, foi ordenado sacerdote na diocese francesa de Viviers, mas obteve licença para viver em África.

Fascinado pela vida no deserto africano, que conhecia enquanto militar, o sacerdote-eremita instalou-se na região do Saara, onde meditava e traduzia os Evangelhos para os tuaregues, passando grande parte do tempo em adoração eucarística.

Entre os pobres da região e os militares que passavam por aquela zona, Foucauld chegou a receber diariamente uma centena de pessoas no seu “mosteiro-eremitério”.

No dia 1 de dezembro de 1916, um grupo de rebeldes atacou o eremitério onde vivia, para o fazer refém, mas um adolescente desse grupo assassinou-o.

Atualmente, os seus filhos e filhas espirituais estão espalhados pelo mundo. Em Portugal, existe uma pequena fraternidade dos Irmãos de Jesus e também o ramo feminino das Irmãzinhas de Jesus, que vivem a partir do exemplo de vida deste religioso, que ofereceu a vida pelos mais pobres e esquecidos.