O 50º Dia Mundial da Terra foi assinalado nesta quarta-feira pelo Papa Francisco, numa reflexão inteiramente dedicada à salvaguarda da criação.

“Trata-se de uma oportunidade para renovar o compromisso de cuidar da nossa casa comum e cuidar dos membros mais frágeis da família humana. Como a trágica pandemia do coronavírus nos demonstra, só em conjunto e cuidando dos mais frágeis, podemos vencer os desafios globais”, afirmou durante a audiência geral transmitida online a partir da biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano.

Francisco denuncia o egoísmo e a falta de “responsabilidade de cuidar e administrar a Terra”, ao ponto de a “inquinar e saquear, pondo em risco a nossa própria vida”.

E acrescenta: “Deixámos de cuidar da Terra, a nossa casa-jardim e dos nossos irmãos. Pecámos contra a Terra, contra o nosso próximo e, finalmente, contra o Criador, o bom Pai que toma conta de cada um e quer que vivamos juntos, em comunhão e prosperidade”.

Neste contexto, o Papa interroga-se: "Como podemos restaurar uma relação harmoniosa com a terra e o resto da humanidade?” Em jeito de resposta, Francisco considera necessário “um novo modo de cuidar da nossa casa comum”, pois ela “não é um depósito de recursos para explorar” e, “ao mesmo tempo, precisamos de uma conversão ecológica que se exprima em ações concretas”.

Ao nível internacional, o Papa sublinha a importância de iniciativas conjuntas e apela às autoridades para se empenharem nas próximas conferências internacionais, a COP15 sobre a Biodiversidade, em Kunming (China) e a COP26 sobre Mudanças Climáticas, em Glasgow (Reino Unido).

O Papa encoraja também intervenções conjuntas ao nível nacional e local.