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Papa alerta para um vírus maior que o da Covid-19: o da indiferença egoísta

19 abr, 2020 - 11:26 • Aura Miguel

Francisco quebrou o confinamento e saiu do Vaticano para celebrar missa na Igreja do Santo Spirito in Sassia, a poucos metros da Basílica de São Pedro e conhecida por "igreja dos polacos" e Santuário romano da divina misericórdia.

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Papa: "O risco é que nos atinja um vírus ainda pior - o da indiferença egoísta"
Papa: "O risco é que nos atinja um vírus ainda pior - o da indiferença egoísta"

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“Não pensemos só nos nossos interesses”. O pedido foi lançado pelo Papa na homilia da missa da Divina Misericórdia, que celebrou numa Igreja de Roma, este domingo.

Francisco usou o exemplo do discípulo Tomé para sublinhar que depois da pandemia da Covid-19 é necessário não abandonar quem fica para trás. “Agora, pensamos numa recuperação lenta e fadigosa da pandemia, e é precisamente este perigo que se insinua: esquecer quem ficou para trás. O risco é que nos atinja um vírus ainda pior - o da indiferença egoísta.”

Para o Santo Padre, se cada um pensar só em si, será ainda pior, pois este vírus “transmite-se a partir da ideia que a vida melhora se melhorar para mim, que tudo correrá bem se correr bem para mim. Começando daqui, chega-se a selecionar as pessoas, a descartar os pobres, a imolar no altar do progresso quem fica para trás”.

Aproveitou para deixar um aviso. “Esta pandemia lembra-nos que não há diferenças nem fronteiras entre aqueles que sofrem. Somos todos frágeis, todos iguais, todos preciosos. É tempo de remover as desigualdades, sanar a injustiça que mina pela raiz a saúde da humanidade inteira.”

Francisco insiste que ninguém pode ser excluído. “Não pensemos só nos nossos interesses, nos interesses parcelares. Aproveitemos esta prova como uma oportunidade para preparar o amanhã de todos. Porque, sem uma visão de conjunto, não haverá futuro para ninguém.”

No final da missa, durante a oração do Regina Coeli, o Papa deixou também um apelo aos líderes mundiais esperando que “a misericórdia cristã também inspire a justa partilha entre as nações e as suas instituições, para enfrentar a crise atual se maneira solidária”.

A Igreja Santo Spirito in Sassia, a poucos metros da Basílica de São Pedro, também conhecida por “Igreja dos polacos”, é também o santuário romano da divina misericórdia, desde que há 20 anos, João Paulo II proclamou esta festa universal, que se celebra no primeiro domingo depois da Páscoa. O santuário principal da divina misericórdia está situado em Cracóvia.

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