O Papa despediu-se esta segunda-feira da República Centro-Africana, o último país da visita histórica de Francisco a África, que incluiu passagens pelo Quénia e pelo Uganda. Ficaram mensagens de perdão, reconciliação, protecção dos mais pobres e uma firme condenação àqueles que utilizam o nome de Deus para justificar a violência.

Num balanço deste périplo papel pelo continente africano, a especialista em política internacional Lívia Franco diz à Renascença acreditar que a mensagem de Francisco terá impacto à escala global.

A especialista assume que esta visita pode ser muito benéfica, uma vez que o Papa já demonstrou ter capacidade para influenciar os acontecimentos. “Nós sabemos que há populações significativas cristãs - e mais particularmente católicas - nestes países de África. Não me parece que seja de duvidar que estas mensagens do Papa vão ter um grande impacto sobre os governantes e as elites políticas, económicas e sociais.”

África “é um continente marcado por uma grande diversidade religiosa” e onde as fracas condições de vida assumem contornos preocupantes, aponta a analista. Lívia Franco considera que é nesta região “que faz mais sentido que o chefe da Igreja Católica traga temas como a paz entre cristãos e muçulmanos e a pobreza”.

Na opinião desta especialista, o Papa provou que tem uma visão abrangente relativamente aos desafios que o continente deve seguir. “O Papa Francisco vem dizer que o caminho a percorrer não assume apenas contornos de natureza política e militar. São desafios que também têm a ver com esta situação mais alargada da condição de vida das populações e da pobreza”, conclui.