O Presidente da República avisou esta segunda-feira "os opositores" do Governo que não vale a pena tentar apressar a sua queda com uma conjuntura de "três crises" provocada pela rejeição do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), a par das crises sanitária e económico-social que o país atravessa por causa da pandemia de Covid-19, porque o executivo "não cai".

Em entrevista à RTP, focada numa nova declaração de estado de emergência sobre a qual ouviu hoje o primeiro-ministro e os partidos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "três crises tornam a capacidade do Governo de responder à pandemia pior, tornam a capacidade do Governo de responder à crise económica e social pior".

"Dirão os opositores: melhor, é da maneira que ele cai mais rapidamente. Mas não cai - mas é que não cai", afirmou o chefe de Estado, acrescentando que "não cai porque o Presidente da República não tem poder de dissolução do parlamento durante um período de seis meses, nos últimos seis meses do seu mandato", e também "porque há a presidência da União Europeia a seguir".

O Presidente da República reiterou o apelo para que o Orçamento do Estado para 2021 seja viabilizado em votação final global no final deste mês, tendo em conta a situação de pandemia e a crise económica e social, e depois de ter sido aprovado na generalidade na semana passada.

"Vamos juntar uma crise política a isto? Os portugueses percebem?", questiona o Presidente, advertindo: "Convinha que realmente não se juntassem três crises."

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu ainda que "não é indiferente estar a governar com os duodécimos de 2020 do que com um Orçamento feito para 2021".