O secretário-geral do PCP garante que não é por dinheiro que faz este ano a Festa do Avante, mas sim para dar um sinal de esperança e de convivência em segurança, face à pandemia de Covid-19.

“Não se faz a Festa para garantir o privilégio ou ganhos financeiros, como caluniosamente se insinua. A Festa, no contexto político excecional que vivemos, tem uma importância e valor acrescido na afirmação da nossa vida democrática e o seu êxito será um contributo para a luta do nosso povo, para combater o medo e a resignação”, defendeu Jerónimo de Sousa no sábado à noite, num jantar-comício em Vila Real de Santo António.

O dirigente comunista garantiu ainda que o partido saberá “preparar a Festa com as medidas de proteção necessárias”.

“Uma festa que se reinventa com mais espaço, mais soluções, mais organização, mais medidas de proteção e suplementares de higiene e limpeza com contudo político e cultural sem paralelo na vida nacional”, garantiu.

O espaço da Quinta da Atalaia e do Cabo da Marinha, na Amora, onde costuma ser decorrer a Festa do Avante, tem 30 hectares. Na Festa, marcada para entre 4 e 6 de setembro, cada militante/visitante terá cerca de nove metros quadrados, segundo anunciou o PCP.

Jerónimo de Sousa espera, assim, que a Festa do Avante seja um local “da amizade, da solidariedade e da fraternidade para dar confiança à vida, à ação e à luta dos trabalhadores e do povo” e deixou uma palavra aos residentes no Algarve para, “nestes tempos complexos e difíceis”, continuarem “a intervir e agir em defesa dos trabalhadores e das populações”.

O secretário-geral do PCP lembrou que o comício jantar em Vila Real de Santo António substituiu o habitual almoço convívio que se realiza em 15 de agosto em Monte Gordo, mas sublinhou que o partido “não desistiu” de fazer esta ação, embora por questões sanitárias tenha mudado o encontro para a Praça Marquês de Pombal, cumprindo as normas de segurança necessárias.

“Não, não desistimos, nem podemos desistir sejam quais forem as circunstâncias. Havemos de encontrar sempre as soluções, tomando as medidas que se impõem, nomeadamente as da salvaguarda da saúde”, afirmou.

No seu discurso, Jerónimo de Sousa sustentou ainda que o Partido Comunista não pode ser confinado e descartou a ideia de novos entendimentos à esquerda, pelo menos enquanto o PS estiver mais perto das políticas do PSD.