“Maioria absoluta” - a expressão que os dirigentes nacionais do PS não ousam usar, foi levada ao palco da Expo Salão da Batalha por Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, que desafiou António Costa a pedir a maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo ano.

“Tenho acompanhado à distância este debate sobre o pós-2019, o debate sobre com quem e como devemos ir no pós-2019. Com muita sinceridade e também com muita frontalidade gostaria de dizer que me parecer esse ser um debate prematuro, apressado, um debate precipitado”, disse Vasco Cordeiro, passando a dizer com clareza ao que vinha.

Esse debate, continuou, é precipitado “porque significa prescindir já daquilo que me parece legitimo, possível e desejável que é o PS pedir aos portugueses um reforço de confiança que se traduza numa maioria absoluta nas próximas eleições legislativas”.

Um pedido que, justificou, “é legitimo pelo passado e pela importância do PS, é possível pelos bons resultados da governação do PS e é desejável porque o compromisso do PS com o país e com os portugueses não deve estar subordinado aos interesses de outros partidos, sejam eles quais forem”.

Para Vasco Cordeiro os partidos que apoiam o PS são instrumentais. “O PS é o garante do equilíbrio virtuoso entre vários interesses em presença: a saúde das nossas finanças públicas, o estado social e a responsabilidade e respeito compromissos pelos nossos compromissos internacionais. E os partidos que apoiam este governo são instrumentais para garantir esse equilíbrio virtuoso”, disse o dirigente do PS-Açores.

No seu discurso, Vasco Cordeiro começou por pedir um reforço das autonomias regionais, que considera serem “o caso mais bem sucedido de descentralização do Portugal democrático” e disse que “não é possível falar em regionalização sem antes falar do reforço das autonomias regionais”.