O primeiro-ministro fez esta curta declaração no final de uma visita às obras de restauro e de conservação no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.
Desde o dia da detenção até à saída da prisão para uma casa em Lisboa, foram várias as ocasiões em que a Operação Marquês abafou momentos importantes do Partido Socialista e do atual primeiro-ministro, António Costa. Passados dez anos do pedido de ajuda externa e quase seis da sua detenção, o partido livrou-se do fantasma do único líder que o levou à maioria absoluta?
Nota de pesar divulgada esta quarta-feira classifica Jorge Coelho como um "histórico socialista e notável amigo da democracia que soube de forma singular traduzir na sua atuação a proximidade ao cidadão comum (...) como poucos governantes o conseguiram".
José Luís Carneiro disse que muitas vezes se encontrou com Jorge Coelho e adiantou que acompanhou a sua experiência empresarial de produção de queijo em Mangualde, distrito de Viseu. "A sua preocupação em contribuir para o desenvolvimento local e a coesão era uma marca inequívoca da sua ligação às origens", apontou a este propósito.
Em comunicado, Mariana Vieira da Silva “lamenta profundamente a morte do ex-ministro Jorge Coelho, que assumiu a pasta da Presidência do Conselho de Ministros no XIV Governo Constitucional”, apresentando sentidas condolências à família e amigos.
Assertivo, frontal, controverso, carismático. Jorge Coelho ficou para sempre ligado à queda da ponte de Entre-os-Rios, em março de 2001, tendo assumido, na altura, a responsabilidade política pelo sucedido. "A culpa não pode morrer solteira", disse no exato momento em que, perante as câmaras e em direto, apresentou ao país a sua demissão de ministro das Obras Públicas, contra a vontade de António Guterres.