Foi o momento do debate. António Costa não respondeu às perguntas sobre onde vai poupar mil milhões de euros em prestações sociais. A proposta do PS é cortar esse valor através da imposição de condição de recursos em prestações não contributivas.

Questionado pela directora de Informação da Renascença, Graça Franco, quais serão essas prestações, já que a generalidade das prestações não contributivas há muito que estão sujeitas a condição de recursos, o líder do PS remeteu para discussão posterior na concertação social.

A questão sobre as prestações sociais surgiu já na segunda parte do frente-a-frente entre Pedro Passos Coelho e António Costa transmitido em simultâneo pelas rádios, com o presidente do PSD a observar que uma poupança de mil milhões de euros em prestações sociais não contributivas, até 2019, tal como o PS propõe, "é muito dinheiro", razão pela qual António Costa teria de explicar.

"Nós fixámos um objectivo quanto à redução", reagiu o secretário-geral do PS, que remeteu depois a forma de cumprimento dessa meta para negociações em concertação social.

Uma resposta que levou o primeiro-ministro a tirar a seguinte ilação:" Se não sabe dizer quais serão as prestações afectadas por isto [sujeição a condição de recursos], significa que lhe puseram um número que o senhor não compreende a que diz respeito."

O que é a condição de recursos em prestações sociais?

De acordo com o Guia Prático do Instituto da Segurança Social, a condição de recursos é o conjunto de condições que o agregado familiar deve reunir para poder ter acesso às prestações familiares, ao subsídio social de desemprego e aos subsídios sociais de parentalidade, bem como a outros subsídios e apoios do Estado.

Define o limite máximo de rendimentos até ao qual as pessoas têm direito a estas prestações sociais.
"Tem como objectivo possibilitar a atribuição das prestações sociais às pessoas que realmente necessitam delas, de forma mais rigorosa e eficiente, e combater a fraude no acesso às prestações sociais", segundo o mesmo guia.