Os serviços de maternidade, urgência e internamento pediátrico do Hospital de Portimão foram encerrados esta manhã, e não há data ou hora para a sua reabertura.

Os doentes internados, no entretanto, foram transferidos para Faro.

Uma circular do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a que a Lusa teve acesso indica que o problema se prende com a falta de médicos pediatras.

Em comunicado, a Direção Executiva do SNS justifica a decisão por causa da "limitação de recursos humano médicos de pediatria, fruto de ausências por parentalidade e imprevistos por doença".

Até ao dia 4 de junho, será revisto o plano de contingência para os meses de verão e divulgado pela DE-SNS, em função da necessidade de serem preservados os mais elevados critérios de segurança e qualidade, evitando qualquer situação de risco para as grávidas ou as crianças, bem como para a atividade dos profissionais", lê-se, no comunicado.

Ouvido pela Renascença, Cristovão Norte, líder do PSD Algarve, considera que esta é uma decisão inaceitável.

“É absolutamente impensável, inconcebível, intolerável, que a maternidade, que a urgência pediátrica, que os internamentos cessem no Hospital de Portimão. Até por uma razão essencial: o Hospital de Faro não tem capacidade para responder ao volume de necessidades de toda a região”, diz.

O social-democrata confessa, ainda assim, um receio: que este seja “um primeiro passo para o encerramento” da maternidade.

Transferir pacientes não é viável

Em entrevista à Renascença, na senana passada, no âmbito de um trabalho sobre o estado do SNS na periferia, o diretor clínico do Centro hospitalar do Algarve disse que não faz sentido pensar num modelo de urgência metropolitana para o Algarve por causa das distâncias.

Horácio Guerreiro considerou, mesmo, que não seria viável transferir pacientes entre Faro e Portimão.

"Entre Faro a Portimão são 70 quilómetros. São coisas completamente diferentes do que em Lisboa", explica.

Horácio Guerreiro defendeu que a solução para a já crónica falta de médicos do Algarve poderia passar por criar incentivos especiais.

Sugere também tornar obrigatória a ida de especialistas para zonas carenciadas.

[Notícia atualizada às 23h00]