O Presidente da República reúne-se, esta segunda-feira, por videoconferência com várias organizações médicas. Trata-se de uma audiência para discutir prioridades ao nível da saúde pública, mas onde deverá ser também analisada a situação da pandemia em Portugal, em especial na Grande Lisboa.

O encontro foi pedido pela Ordem dos Médicos e vai incluir para além do bastonário, os presidentes dos sindicatos médicos, da FNAM e do SIM e ainda o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.

Sobre os riscos de contágios na Grande Lisboa, a Renascença ouviu Guilherme Duarte, médico de saúde pública na Amadora, um dos concelhos que está a gerar preocupação. O também membro da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública garante que “dizer que não há infeções em transportes é uma afirmação política que pode ser danosa” e acredita que a média de 50% de ocupação nos transportes públicos de nada vale.

Guilherme Duarte alerta ainda que há uma falsa perceção de que um teste negativo num caso suspeito é suficiente para que a pessoa retorne à comunidade e ao trabalho.

Em Portugal, morreram 1.614 pessoas das 43.897 confirmadas como infetadas, de acordo com o último boletim da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 530 mil mortos e infetou mais de 11,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.