A mensagem de Pedro Nuno Santos, esta terça-feira, à saída de mais uma reunião sobre a greve dos motoristas, foi clara e repetida: ainda há tempo para os dois sindicatos em luta cancelarem a greve cujo arranque está previsto para a próxima segunda-feira, retomarem a mesa das negociações e evitar “provocar um dano a todos os portugueses”.

Em declarações aos jornalistas, o ministro das Infraestruturas e da Habitação elogiou os avanços conseguidos pela FECTRANS – sindicato afecto à CGTP e que não participa na greve do dia 12 – e diz que também o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) podem obter “vitórias para os seus trabalhadores”.

“As negociações provam que é possível avançar. É possível até dia 12 os dois sindicatos voltarem às negociações. Não é verdade que elas não tenham avançado, com demonstra um dos maiores sindicatos, a FECTRANS. Tem um grande tempo de vida e experiência nas negociações sindicais e não é conhecido por fazer fretes a empregadores. Trabalham para dar vitórias aos associados. O diálogo e a negociação, como em todos as áreas, permitem atingir objetivos”, resumiu.

O mecanismo que Pedro Nuno Santos frisa estar ainda em aberto implica que a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho “apresente ela própria uma proposta, de acordo com a convenção coletiva de trabalho”, retomando assim o caminho de mecanismo de conciliação, “interrompido pelos dois sindicatos”.

“Estamos a trabalhar com as várias partes e há uma via para que isso não aconteça. Continuaremos a trabalhar, com ou sem greve, para que o país tenha condições para trabalhar e para que os portugueses tenham um dia a dia sem demasiadas consequências negativas. Até dia 12, é possível que a greve seja cancelada”, resumiu.

O ministro acrescentou que o conflito é entre privados, mas que afeta a generalidade dos portugueses e que por isso o Governo "não se esconde". O executivo trabalha em cima da possibilidade da greve ir em frente, mobilizando os meios para a minorar, nomeadamente os serviços mínimos.

“Os mínimos não anulam a greve. Faremos com que sejam cumpridos, se não forem cumpridos não hesitaremos em aprovar a requisição civil. Está tudo programado para ultrapassar as dificuldades. No quadro das suas possibilidades o Governo vai fazer tudo para minorar o impacto”, declarou.