A ministra da Saúde vai ter de ir ao Parlamento explicar os atrasos em exames para doentes oncológicos. A comissão parlamentar de Saúde aprovou, por unanimidade, um requerimento nesse sentido apresentado pelo PSD.

O requerimento pedia a "audição urgente" da ministra da Saúde, dos conselhos de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve e do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, bem como da Ordem dos Médicos, "a propósito dos atrasos verificados na realização de exames para doentes oncológicos".

Na semana passada foi noticiado que devido a burocracia financeira vários doentes com cancro ficaram por tratar devido a atrasos no envio de resultados dos exames. Ao que tudo indica, o IPO de Lisboa terá exigido garantias de pagamento das análises médicas por parte de várias unidades hospitalares.

O IPO mandou, entretanto, abrir um processo de averiguações para apurar o que se passou com o atraso no exame.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do IPO de Lisboa, João Oliveira, afirmou que "a crítica de que a recusa do exame tivesse motivo financeiro não tem qualquer fundamento".

"O termo de responsabilidade que deverá acompanhar um exame como este tem também uma finalidade à posteriori de se proceder à regularização financeira, mas a recusa que existiu foi com base no procedimento do serviço de anatomia patológica que usa também o termo de responsabilidade para completar os dados administrativos relacionadas com o doente", explicou João Oliveira em declarações à Lusa na semana passada.

O oncologista disse perceber que "as pessoas se interroguem, porque os termos de responsabilidade estão associados à parte financeira", mas estes também são "uma peça essencial na fase pré-analítica dos exames como está estabelecido nos manuais das boas-práticas nacionais".


Tópicos