Mário Nogueira desvalorizou a votação das propostas dos partidos sobre os professores realizada em comissão parlamentar na quinta-feira e que dá luz verde à contagem integral do tempo de serviço dos professores.

Para o secretário-geral da FENPROF, a votação dos deputados que interessa é a final global em plenário. Até lá, diz, é aguardar.

"Aquilo que aconteceu na quinta-feira não foi uma votação para uma decisão final das alterações ao decreto-lei. O que nós afirmámos foi que precisávamos de conhecer o texto final a aprovar em sessão plenária, que sabe-se que é até dia 15. Vamos esperar para podermos ter uma posição sobre isso", disse Mário Nogueira, em declarações aos jornalistas, este domingo, em Coimbra.

O líder da FENPROF acrescentou que do resultado da votação final global depende a decisão de os professores avançarem ou não para a greve às avaliações a partir de 6 de junho.

O dirigente sindical disse ainda que a crise política provocada pelo primeiro-ministro é “artificial”, o mesmo argumento invocado pelos líderes dos partidos que votaram a favor as propostas.

"Vitimização" do Governo visa "denegrir a imagem dos professores"

Já o Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) reagiu em comunicado às declarações de Rui Rio e Assunção Cristas, este domingo. O SIPE não compreende “a falta de confiança do CDS e PSD, que se deixaram intimidar por um discurso de duvidosa credibilidade e grande intransigência, que pretende responsabilizar a oposição por algo que, após esta votação, ficou claro que será da responsabilidade do Governo”.

O sindicato considera “lamentável que o Governo tenha encenado todo este número de vitimização com o objetivo de denegrir a imagem dos professores, atirando culpas para a oposição, apenas por votar a possibilidade de haver lugar à negociação do tempo de serviço congelado”.

Para o SIPE, a o Governo está “a rejeitar qualquer possibilidade de negociar a recuperação da totalidade do tempo de serviço congelado aos professores, mesmo sendo-lhe dada a possibilidade de escolha do modo de o fazer e quando o fazer”.

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