O ex-ministro da Saúde Paulo Mendo é “contra uma lei de bases que impeça que o Estado assine novos contratos de gestão privada de hospitais públicos”. “Mas evidentemente nunca poderá estar em causa entregar aos privados a política de Saúde. Essa terá de ser sempre uma prorrogativa do Estado”, defende.

Em declarações à Renascença, o médico e antigo ministro de Cavaco Silva diz que “num país liberal como o nosso, não faz qualquer sentido uma posição totalitária do Estado no sector da Saúde. A possibilidade de criar novas PPP deve estar sempre em aberta”.

Paulo Mendo explica que “é tudo uma questão de negociação; de boa negociação do interesse público”. Se é verdade que a gestão privada dos hospitais públicos se revelou um mau negócio para o Estado, como alguns defendem, então, contra-argumenta o ex-secretário de Estado de Leonor Beleza e depois seu sucessor na pasta, é porque o Estado negociou mal. “O problema não se resolve proibindo, mas negociando melhor.”

Estas declarações de Paulo Mendo surgem em reação a uma carta aberta ao primeiro-ministro, esta terça-feira publicada pelo Público, e onde um conjunto de personalidades, entre as quais a ex-ministra Ana Jorge, apelam a que a gestão do SNS seja exclusivamente pública.

Portugal tem atualmente quatro hospitais públicos em gestão privada: Braga, Loures, Vila Franca de Xira e Cascais.

A esquerda pretende que depois de terminarem os contratos desse quatros hospitais (o de Braga termina já em Agosto), o Estado não possa assinar nenhum outro contracto de gestão em Parceria Público Privada.