Há várias pedreiras no triângulo dos mármores - Borba, Vila Viçosa e Estremoz, no Alentejo - que deviam encerrar. É o que defende António Chambel, hidrogeólogo e professor da Universidade de Évora.

À Renascença, quando se marca o 10.º dia de operações de retirada de corpos de uma pedreira de Borba onde cinco pessoas terão morrido, Chambel indica que há outras paredes verticais em pedreiras da zona que estão em risco de queda.

O especialista lembra que, "no caso das paredes que suportam a antiga Estrada Nacional 255", onde uma estrada desabou no dia 19 de novembro, "estava identificada a fratura" que levaria ao desastre, mas que noutros casos semelhantes os riscos ainda estão por identificar.

O hidrogeólogo avança que, "recentemente, soube que duas paredes de duas pedreiras caíram depois de um sismo em 2009 que, na zona, terá tido uma magnitude 4 na escala de Richter".

Este professor da Universidade de Évora, entidade que, um ano antes desse sismo, confirmou a existência persistente de uma fratura na parede que suportava o troço da antiga EN 255, admite que as entidades públicas não tinham sido informadas do risco.

Afinal de contas, o estudo em causa foi encomendado pelo dono de uma das pedreiras e versava sobre o estado da parede vertical e não sobre a estrada que ruiu.

Até esta terça-feira, as autoridades já tinham conseguido recuperar os corpos de duas vítimas da derrocada em Borba, havendo ainda três desaparecidos.

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