O presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Marta Soares, diz que havia duas teses principais para o início do fogo de Pedrógão Grande, que vitimou 64 pessoas, as causas naturais provocadas por um raio de trovoada e a mão criminosa. Agora, Marta Soares, em entrevista à TVI 24, junta-lhe uma terceira hipótese: a do “arco voltaico”.

As causas naturais, segundo Marta Soares, e depois do relatório do IPMA, parecem estar afastadas. Já mão-criminosa, que o próprio avançara, mantém-se na sua óptica válida, mas carece ainda de confirmação. A nova tese, a terceira, e que o presidente da Liga de Bombeiros quer que se investigue, aponta para uma anomalia técnica.

“Passam naquela zona linhas de média e de alta tensão, que pode ter gerado não uma anomalia natural, mas uma anomalia técnica. As linhas de alta e média tensão com o temperaturas muito altas e com vento, não precisam de se tocar. Basta aproximarem-se para poderem gerar descargas eléctricas, o chamado o arco voltaico. E julgo que naquela região, gostaria que analisassem, porque se pode saber através do controlo da vigilância da linha, dando como boas as informações que tenho há um ferimento nos cabos. E são cabos grossos, em que se detectou um ferimento, uma ruptura, um corte que pode ter originado esta situação. Seria bom que se averiguasse”, reiterou na TVI 24.

No entanto, Jaime Marta Soares diz que as suas suspeitas de fogo posto se mantêm e afirma que sempre disse serem suspeitas e não certezas. “Não disse isso de ânimo leve, no último mês houve dez ignições num raio de um quilómetro do local onde começou este fogo. Isso quer dizer alguma coisa”, concluiu.

Referindo que a PJ é da melhores polícias do Mundo, Marta Soares disse que depois de ter aventado a hipótese de mão-criminosa no fogo mais letal de que há memória no país ouviu “coisas menos agradáveis” porque puseram “coisas na minha boca que não disse”.

Agora que a hipótese de causas naturais é infirmada pelo IPMA, Marta Soares afirma que “a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”: